Um executivo de empresa investigada sob suspeita de pagar propina para
conseguir contratos da Petrobras disse em seu acordo de delação premiada
que o ex-diretor da estatal Renato Duque fazia parte do esquema e
recebia suborno, de acordo com duas pessoas que atuam na Operação Lava
Jato.
O nome do ex-diretor da estatal foi citado por Julio Camargo, executivo
da Toyo Setal e primeiro integrante de uma grande empresa investigada
sobre desvios na Petrobras a fazer um acordo de delação com procuradores
da Operação Lava Jato.
Camargo afirmou que a Toyo pagou propina para obter contratos. Três empresas controladas pelo executivo (Treviso, Piemente e Auguri) repassaram R$ 13,4 milhões à GFD Investimentos, firma de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef.
O montante era para pagamento de propina, de acordo com os procuradores.
Duque foi diretor de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012, indicado para o cargo pelo ex-ministro José Dirceu. Ele foi demitido junto com Paulo Roberto Costa, que ocupou a diretoria de abastecimento entre 2004 e 2012, foi preso pela Polícia Federal e também fez um acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor.
Costa, que confessou uma série de crimes e vai devolver cerca de R$ 70 milhões que ganhou ilicitamente, já havia citado o nome de Duque em depoimento que prestou na Justiça federal.
Segundo Costa, o PT ficava com 3% do valor líquido dos contratos assinados pela diretoria de serviços. Na sua delação, Costa citou que ajudou a arrecadar recursos para a campanha de Lindberg Farias (PT), candidato derrotado ao governo do Rio.
A Toyo Setal, filial de uma empresa japonesa, a Toyo Engineering, tem contratos com a Petrobras cujos valores somam cerca de R$ 4 bilhões.
A empresa também assinou um acordo pelo qual vai colaborar com a investigação em troca de uma punição menor, segundo pessoas envolvidas na investigação ouvidas pela Folha.
A diretoria de Duque foi responsável pela elaboração do projeto e pela licitações de uma das maiores obras da Petrobras, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). De formal similar ao que ocorreu com a refinaria Abreu e Lima, o complexo teve seu custo multiplicado por cinco desde que começou a ser construído, em 2008.
O valor da obra estava estimado em US$ 8,4 bilhões (R$ 21 bilhões pelo câmbio atual) quando o complexo começou a ser erguido, mas já consumiu US$ 47,7 bilhões (R$ 118 bilhões).
A Toyo-Setal foi contratada para fazer a unidade de produção de hidrogênio do complexo, orçado em R$ 1,1 bilhão. A empresa faz outra obra da Petrobras cujo projeto saiu da diretoria de serviços à época que Duque ocupava o cargo, a unidade de fertilizantes em Uberaba, orçada em R$ 2,1 bilhões.
Em nota à Folha, Duque disse desconhecer o depoimento do executivo da Toyo- Setal e afirma que não é acusado de nenhum crime nem tem conhecimento de desvios na Petrobras.
Duque afirmou ainda que as acusações de Costa contra ele são falsas. Segundo ele, Costa terá de provar a veracidade das imputações que fez a ele em uma ação penal que ingressou, sob acusação de crime contra a honra.
A Folha não conseguiu localizar assessores na sede da Toyo-Setal para comentar as suspeitas de suborno.
FOLHA>UOL
LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
Camargo afirmou que a Toyo pagou propina para obter contratos. Três empresas controladas pelo executivo (Treviso, Piemente e Auguri) repassaram R$ 13,4 milhões à GFD Investimentos, firma de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef.
O montante era para pagamento de propina, de acordo com os procuradores.
Duque foi diretor de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012, indicado para o cargo pelo ex-ministro José Dirceu. Ele foi demitido junto com Paulo Roberto Costa, que ocupou a diretoria de abastecimento entre 2004 e 2012, foi preso pela Polícia Federal e também fez um acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor.
Costa, que confessou uma série de crimes e vai devolver cerca de R$ 70 milhões que ganhou ilicitamente, já havia citado o nome de Duque em depoimento que prestou na Justiça federal.
Segundo Costa, o PT ficava com 3% do valor líquido dos contratos assinados pela diretoria de serviços. Na sua delação, Costa citou que ajudou a arrecadar recursos para a campanha de Lindberg Farias (PT), candidato derrotado ao governo do Rio.
A Toyo Setal, filial de uma empresa japonesa, a Toyo Engineering, tem contratos com a Petrobras cujos valores somam cerca de R$ 4 bilhões.
A empresa também assinou um acordo pelo qual vai colaborar com a investigação em troca de uma punição menor, segundo pessoas envolvidas na investigação ouvidas pela Folha.
A diretoria de Duque foi responsável pela elaboração do projeto e pela licitações de uma das maiores obras da Petrobras, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). De formal similar ao que ocorreu com a refinaria Abreu e Lima, o complexo teve seu custo multiplicado por cinco desde que começou a ser construído, em 2008.
O valor da obra estava estimado em US$ 8,4 bilhões (R$ 21 bilhões pelo câmbio atual) quando o complexo começou a ser erguido, mas já consumiu US$ 47,7 bilhões (R$ 118 bilhões).
A Toyo-Setal foi contratada para fazer a unidade de produção de hidrogênio do complexo, orçado em R$ 1,1 bilhão. A empresa faz outra obra da Petrobras cujo projeto saiu da diretoria de serviços à época que Duque ocupava o cargo, a unidade de fertilizantes em Uberaba, orçada em R$ 2,1 bilhões.
Em nota à Folha, Duque disse desconhecer o depoimento do executivo da Toyo- Setal e afirma que não é acusado de nenhum crime nem tem conhecimento de desvios na Petrobras.
Duque afirmou ainda que as acusações de Costa contra ele são falsas. Segundo ele, Costa terá de provar a veracidade das imputações que fez a ele em uma ação penal que ingressou, sob acusação de crime contra a honra.
A Folha não conseguiu localizar assessores na sede da Toyo-Setal para comentar as suspeitas de suborno.
FOLHA>UOL
LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
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