Responsável pela articulação entre o governo e os movimentos sociais,
Carvalho afirmou que a imprensa precisa refletir sobre o que aconteceu
nas eleições deste ano para não perder credibilidade. Para ele, vários
veículos se transformaram em panfleto eleitoral. Ele não quis citar o
nome de nenhuma publicação.
"Sem dúvida nenhuma, essa vitória de um projeto acabou significando a
derrota daqueles que usam a mídia como panfleto, como semeadores do ódio
e da divisão do país, o que felizmente não aconteceu", disse.
Pedro Ladeira -20.jun.2014/Folhapress | ||
O ministro Gilberto Carvalho, em seu gabinete no Planalto |
Na última quinta-feira (23), a revista "Veja" publicou reportagem
em que diz que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam dos casos de
corrupção na Petrobras. A capa da revista foi duramente criticada por
petistas e assessores da presidente. A Folha apurou confirmou a informação de que o doleiro havia mesmo citado Lula e Dilma no depoimento.
Sobre a proposta de regulamentação da mídia, defendida pelo PT, Carvalho
afirmou que tem uma opinião pessoal de que o processo precisa garantir a
liberdade de imprensa.
"Eu penso que em relação à mídia, não temos que tomar nenhuma atitude
que mude de repente o cenário da mídia ou que fira a liberdade de
imprensa. Ela é sagrada e tem que ser mantida. Eu prefiro devolver para a
mídia a reflexão. A própria mídia tem que pensar no que aconteceu no
Brasil, refletir sobre os excessos que aconteceram. Ou ela se
autorregulamenta e entende o que é a participação democrática na mídia,
ou cada vez mais a sua credibilidade vai pelo ralo", disse.
Ele ressaltou, no entanto, que não há nenhum projeto do governo
apresentado para a regulação da mídia. "O que existe é uma vontade clara
e manifesta pelo PT de que se faça de fato uma discussão da mídia",
disse.
Carvalho participou da abertura da 42ª reunião do Conselho Nacional das
Cidades, em Brasília. Durante seu discurso, o ministro classificou como
"anacrônica" a derrubada do decreto presidencial que regulamenta o
funcionamento dos conselhos populares e vincula suas deliberações a
decisões governamentais de interesse social.
O ministro definiu o fato como uma "vitória da vontade conservadora de impor uma derrota política à presidente [Dilma Rousseff]".
Nesta terça-feira (28), deputados aprovaram um decreto legislativo que
susta os efeitos do decreto presidencial sobre os conselhos populares. O
texto segue ainda para o Senado mas o resultado de ontem foi
considerado como uma derrota relevante sofrido por Dilma dois dias após
ter sido reeleita.
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