Maços de notas de R$ 50 foram arremessados da janela do prédio onde mora
o diretor-presidente da Hemobras nesta quarta-feira (9) durante uma
operação da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos públicos
da estatal de pesquisas relacionadas a sangue.
Ao chegar ao prédio onde vive o diretor-presidente da estatal, Romulo
Maciel Filho, no Recife (PE), para cumprir mandado de busca e apreensão,
os agentes encontraram, jogados no estacionamento, maços de notas de R$
50. A assessoria da PF afirmou que o dinheiro foi recolhido para
perícia, a fim de atestar, por meio de fragmentos papiloscópicos, se foi
de fato arremessado por Maciel.
Segundo a PF, foi achado no apartamento de Maciel Filho um papel do mesmo tipo usado para embrulhar as notas achadas no chão.
A ação da PF, chamada de Operação Pulso, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, Piauí, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo, além de dois mandados de prisão temporária. Cinquenta obras de arte foram apreendidas "em vários locais", segundo a PF.
A operação investiga irregularidades em licitações e contratos de logística, além de fraude na construção da fábrica de medicamentos da empresa em Goiana, a 60 quilômetros do Recife, que começou a ser erguida em 2010.
A Polícia Federal afirma que, durante a operação, percebeu que diversas amostras de sangue, que deveriam ser transformadas em medicamentos contra hemofilia e outras doenças, eram armazenadas de forma inadequada, o que as inutilizava.
Segundo a delegada Carla Patrícia Cunha, a fraude pode ter provocado o "desperdício de vidas humanas e o tratamento de inúmeras pessoas."
Já o delegado Wagner Furtado Menezes, que também participou da entrevista no Recife, disse que diretores da estatal realizaram operações financeiras suspeitas e agora a PF vai investigar se esse dinheiro foi desviado para campanhas eleitorais. Ele, porém, não deu maiores detalhes.
"A última informação que recebemos mais recentemente pode atingir alguma sobra de campanha ou mesmo campanha de alguns políticos no ano de 2014. Isso tudo é só uma teoria, agora queremos transformar isso em realidade e realmente analisar aquilo que conseguimos obter de provas", afirmou o delegado Marcelo Diniz Cordeiro, superintendente da PF.
Dois diretores, entre eles Maciel Filho, e outro funcionário da Hemobras foram afastados _ a PF não divulgou nomes. Além disso, dois empresários que tinham contratos com a estatal também foram presos. Todos são investigados por crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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