Durante o dilmismo, empresas consumiram R$ 1,387 bilhão por ano com propaganda
Caixa, Petrobras e Banco do Brasil puxaram o crescimento das despesas
Nos anos Lula, média foi de R$ 1,107 bi; sob o tucano FHC, valor foi de R$ 879 milhões
Aumento dos gastos publicitários de estatais de 2000 a 2013 foi de 65%
As
empresas da administração federal indireta aumentaram seus gastos com
publicidade em 25,2% durante o governo da presidente Dilma Rousseff. A
média anual dessas despesas foi de R$ 1,387 bilhão durante 2011, 2012 e
2013. O avanço dessas despesas se deu num período em que a administração
dilmista lutava para controlar suas contas e fazer economia.
Nos 8
anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), a média anual
de gastos com publicidade em estatais federais foi de R$ 1,107 bilhão.
A
estatística começou a ser feita em 2000. Nos 3 últimos anos da
administração tucana de Fernando Henrique Cardoso (2000, 2001 e 2002), o
gasto médio anual das estatais foi de R$ 879 milhões.
De 2000 a
2013, o aumento percentual dos gastos da administração federal indireta
com propaganda foi de 65% –de R$ 897 milhões para R$ 1,477 bilhão. Esses
números mais antigos, agrupando todos os gastos de estatais, já eram
conhecidos.
A grande novidade agora é saber em detalhes o que se
passou em anos recentes (durante o governo Dilma) e também conhecer as
informações individuais, estatal por estatal. Antes, só eram públicos os
valores somados de toda a administração federal direta e indireta, sem
discriminar as empresas nem muito menos quais veículos receberam as
verbas publicitárias.
Todos esses valores são oficiais. Foram
corrigidos pelo IGPM, da FGV, o indicador usado pelo governo para
atualizar gastos publicitários. Ou seja, o aumento de 25% durante o
governo Dilma sobre o governo Lula foi real, acima da inflação.
Em
2013, o dinheiro de empresas estatais federais comprou espaço
publicitário em 5.123 veículos de comunicação. No primeiro ano do
governo Lula, em 2003, o dinheiro era distribuído para 2.688 meios de
comunicação. Esses números foram extraídos das planilhas usadas pelo
Palácio do Planalto. É curioso que no site da Presidência da República há dados discrepantes sobre quantos veículos estão cadastrados para receber esse tipo de verba.
Essa
divulgação inédita de informações sobre gastos publicitários de
estatais está ocorrendo apenas porque a Secretaria de Comunicação Social
da Presidência da República foi derrotada numa ação judicial que já
durava mais de 3 anos e era movida pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
O
processo teve início em março de 2011, quando um requerimento de acesso
a informações foi negado pela Secom. A tramitação demorou por causa de
vários recursos apresentados pelo Palácio do Planalto. Todas as
argumentações do governo foram sucessivamente recusadas pelo STJ
(Superior Tribunal de Justiça) neste ano (leia o post “Governo protelou ao máximo”, abaixo, para conhecer mais detalhes).
Agora,
todos os dados estão disponíveis para consulta, permitindo que qualquer
interessado possa saber quanto cada órgão público federal –das
administrações direta e indireta– gastou com publicidade. Também estão
abertas as informações a respeito de quanto dinheiro cada veículo
recebeu individualmente para publicar propaganda estatal.
Para ter acesso completo ao que foi divulgado, clique nos links listados ao final deste post.
Com
o detalhamento, empresa por empresa, sabe-se que 3 estatais são as
campeãs disparadas dos gastos com publicidade. Pela ordem, Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras. Em seguida vêm Correios e
BR Distribuidora.
A Caixa Econômica Federal assumiu a liderança
absoluta a partir de 2008 em gastos publicitários. Sob Dilma Rousseff, a
despesa média anual da CEF é de R$ 463 milhões –esse valor é só para
propaganda e não inclui patrocínios (como os que a estatal oferece a
times de futebol).
A média anual de gastos publicitários da Caixa
durante o governo Lula foi de R$ 320 milhões. Sob FHC, o valor era de R$
187 milhões.
O atual presidente da CEF, Jorge Hereda, tem fortes
ligações com o PT. Está se esforçando para ser mantido no cargo durante o
segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Outros dois
campeões de gastos publicitários, Banco do Brasil e a Petrobras, têm
despesas anuais médias de propaganda de R$ 332 milhões e R$ 322 milhões,
respectivamente –e é sempre necessário ressaltar que essas cifras não
incluem patrocínios.
A seguir, as tabelas principais com os gastos das estatais e outros órgãos da administração indireta federal (clique nas imagens para ampliar):
A seguir, os links com todos os dados fornecidos pelo Palácio do Planalto a respeito de publicidade estatal federal e que permitem fazer as comparações acima:
Valores totais de publicidade
(administrações direta e indireta; inclui estatais)
(em valores correntes, sem atualização):Quanto cada veículo recebeu em 2000
Quanto cada veículo recebeu em 2001
Quanto cada veículo recebeu em 2002
Quanto cada veículo recebeu em 2003
Quanto cada veículo recebeu em 2004
Quanto cada veículo recebeu em 2005
Quanto cada veículo recebeu em 2006
Quanto cada veículo recebeu em 2007
Quanto cada veículo recebeu em 2008
Quanto cada veículo recebeu em 2009
Quanto cada veículo recebeu em 2010
Quanto cada veículo recebeu em 2011
Quanto cada veículo recebeu em 2012
Quanto cada veículo recebeu em 2013
Valores de publicidade gastos só por empresas estatais
(em valores correntes, sem atualização):Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2000
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2001
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2002
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2003
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2004
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2005
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2006
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2007
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2008
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2009
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2010
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2011
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2012
Quanto cada estatal pagou a cada veículo em 2013
Tabela com os fatores de atualização monetária:
A Secom usa o IGP-M, praxe no mercado publicitário
OUTRO LADO
O que dizem as estatais a respeito de seus gastos.
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BLOG DO FERNANDO RODRIGUES
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