Ricardo Brito
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou há
pouco nota em que afirma que "não permitirá" que prosperem tentativas
para desacreditar as investigações e os integrantes da instituição
envolvidos com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Deflagrada
originalmente em março, a ação investiga irregularidades na Petrobras.
Recentemente, envolveu grandes empreiteiras brasileiras e citou mais de
30 políticos.
A manifestação de Janot ocorre após uma
série de reportagens nos últimos dias ter informado que ele condicionou
um acordo com empreiteiras envolvidas na operação à confissão dos
crimes. Reportagem da IstoÉ deste fim de semana diz que Janot teria
proposto um acordo às empresas que, na prática, poderia livrar o governo
de futuras investigações. Isso porque, se confessassem terem formado um
cartel, as companhias colocariam o governo no papel de vítima.
Dizendo
esclarecer recentes notícias veiculadas na imprensa, e sem se referir
diretamente à IstoÉ, o procurador-geral informa que o Ministério Público
Federal apura no caso a existência de um "grande esquema criminoso
instalado no País", envolvendo oito crimes, entre eles corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação e
formação de cartel, além de atos de improbidade administrativa.
Na
nota, Janot disse que, ante a dimensão da rede criminosa, dos montantes
envolvidos e por considerar o combate à corrupção uma prioridade para a
instituição, em abril de 2014 ele constituiu uma Força-Tarefa composta
por procuradores da República, garantindo todas as condições necessárias
para seu funcionamento. Ele disse ainda que a investigação vem sendo
realizada em conjunto com seu gabinete, que tem a atribuição de
processar as autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Em
respeito à função institucional de defender a sociedade e combater o
crime e a corrupção, o Ministério Público Federal cumprirá seu dever
constitucional e conduzirá a apuração nos termos da lei, com o rigor
necessário. O procurador-geral da República não permitirá que prosperem
tentativas de desacreditar as investigações e os membros desta
instituição", afirmou Janot, na manifestação.
O
procurador-geral disse que, até o momento, a investigação revelou a
ocorrência de "graves ilícitos" envolvendo a Petrobras, o que já
possibilitou ao Ministério Público adotar as primeiras medidas
judiciais. Segundo ele, a utilização da delação premiada tem permitido
conferir agilidade e eficiência à coleta de provas, de modo a elucidar
todo o esquema criminoso.
"Medidas judiciais continuarão a
ser tomadas como consequência dessa investigação técnica, independente e
minuciosa. O Ministério Público Federal reafirma seu dever de garantir o
cumprimento da lei", conclui a nota.
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