Prestes a deixar o governo na reforma ministerial, o ministro Gilberto
Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disparou críticas à oposição
nesta terça (9) em discurso num evento no Planalto com cooperativas que
atuam com extrativismo sustentável.
Carvalho afirmou que o governo sofre "perseguição e discriminação" por
defender projetos de cunho social. "[O governo fica] sofrendo todo o
tipo de acusação, de bolivarianismo, de chavismo, de mais um monte de
merda (sic) que os caras falam para poder fazer funcionar de fato o
Estado em função da maioria", disse.
"É isso que esteve em disputa nas eleições. Eu morria de medo de o
playboyzinho [referência ao senador Aécio Neves, candidato derrotado à
Presidência pelo PSDB] ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia
acabar essa energia que está aqui nessa sala", prosseguiu.
Ao afirmar que o evento representava um momento de felicidade porque se
celebrava a "junção adequada entre governo e sociedade", o ministro
disse que as políticas voltadas para os mais pobres com foco em
distribuição de renda se intensificaram "quando o metalúrgico de nove
dedos começou a implantar a mudança de lógica do Estado brasileiro", em
referência direta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro afirmou ainda que o Estado brasileiro é elitista e voltado apenas para manutenção dos privilégios dos mais ricos.
"Quando se assume o governo, [...] tem contra si todo o poder econômico,
todo o poder da mídia, tudo aquilo que a elite construiu e mantém
cuidadosamente século após século", continuou.
Longe das preferências de Dilma e prestes a deixar seu cargo no
Planalto, Carvalho defendeu a presidente dos ataques em decorrência das denúncias contra a Petrobras.
Para ele, a elite do país usa a corrupção como estratégia para atingir o governo e impedi-lo de realizar suas ações.
"O que está em jogo agora não é esse negócio de corrupção que sempre
teve no país e nós estamos tendo a coragem de combater. Tudo isso que
eles estão denunciando agora é o medo que eles têm perder a hegemonia do
estado brasileiro", criticou.
"Eles nunca tiveram coragem de por o dedo na ferida como estamos tendo
coragem agora, de cortar na carne quando se verifica a questão da
corrupção."
"O medo deles é essa revolução silenciosa que se opera em todos os
cantos do país quando vocês criam as organizações de vocês e o povo vai
descobrindo que é sujeito, que é autônomo, que ele tem capacidade de
tocar a vida dele. Que ele não depende mais dos dominadores, que ele
ganha autonomia", discursou para os convidados.
Pedro Ladeira - 20.jun.2014/Folhapress | ||||||
O ministro Gilberto Carvalho |
FOLHA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA