A oposição defendeu nesta sexta (19) o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento de políticos nos desvios de corrupção da Petrobras e avalia que, agora, a crise fica dentro do Congresso.
Apesar de um tucano estar na lista dos 28 políticos que teriam sido
mencionados pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o PSDB
afirma que as investigações precisam ocorrer "independentemente da
filiação partidária" dos envolvidos.
Em nota, o partido diz que a apresentação de um relatório paralelo
pela oposição na CPI mista da Petrobras reforçou a defesa das
investigações ao pedir o indiciamento de 59 pessoas e a abertura de
inquérito policial contra outras 36.
"Várias destas são políticos, tratando os nomes citados da mesma forma, sem distinção de filiação partidária", diz a sigla.
Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que "ninguém
pode passar panos quentes" nas investigações. "Por enquanto, é o
vazamento de uma informação. É preciso conhecer o teor da delação. Se
for confirmado, é um caso gravíssimo", disse o tucano.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou ser preciso
esperar os próximos passos do procurador-geral da Repúblico, Rodrigo
Janot, para verificar a validade das acusações. "É preciso aguardar a
apresentação dos documentos", comentou o tucano.
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a citação de
políticos desgasta a imagem do Congresso e traz a crise para o novo
Legislativo, que tomará posse em fevereiro aguardando uma manifestação
de Janot.
"Para o Congresso, [o envolvimento] é uma coisa extremamente negativa.
Agora, tudo envolvendo a Petrobras merece ser apurado, mas para a
delação ter validade é preciso ter prova", disse.
Segundo o deputado, o novo Congresso começará sob pressão pela
expectativa da confirmação de parlamentares envolvidos no escândalo. Ele
disse que isso reforça a necessidade de uma nova CPI para analisar o
caso.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a lista de políticos envolvidos
no esquema inclui ministros e ex-ministros do governo Dilma Rousseff
(PT), deputados, senadores, um governador e ex-governadores. Constam
também na relação nomes de parlamentares da base aliada do governo e da
oposição. Na lista dos partidos estão PT, PMDB, PSB, PSDB e PP.
No documento, está o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio
Palocci. O petista teria encomendado a Costa, segundo a reportagem,
dinheiro para a campanha da presidente, da qual era coordenador. O
pedido teria sido de R$ 2 milhões.
Costa também relatou pagamento de propina ao ex-presidente do PSDB,
Sérgio Guerra, para que uma CPI que investigava a Petrobras fosse
encerrada, caso revelado pela Folha em outubro. O pagamento, segundo o depoimento ao qual o "Estado" teve acesso, foi de R$ 10 milhões.
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