A Folha apurou que, em conversas reservadas, o tucano disse ser preciso manter "acesa" a indignação de parcela do eleitorado e, assim, aprofundar o desgaste do Palácio do Planalto à medida que o escândalo da Petrobras continua em ebulição.
O mineiro quer, portanto, cozinhar a presidente da República em fogo alto.
Quando é perguntado sobre as chances de patrocinar um processo de impeachment na esteira do escândalo da Petrobras, rechaça qualquer plano nesse sentido.
"Não vamos deixar isso [fragilização de Dilma] morrer, o governo que se sustente. Mas sou um democrata", afirmou, segundo relatos.
Todos os dias, uma tropa oposicionista se reveza chamando o governo de corrupto sem encontrar defesa na mesma proporção do ataque.
Nesta quarta-feira (3), o senador acusou sua adversária de colocar o Congresso de "cócoras" ao exigir a aprovação do projeto que permite ao Executivo não cumprir a meta fiscal do ano em troca de mais verba para as emendas dos parlamentares.
Trata-se de uma referência ao decreto assinado por Dilma condicionando a liberação de R$ 447 milhões para projetos indicados pelos congressistas à aprovação da mudança na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Aprovada, a alteração dá carta branca à área econômica para descumprir a meta de superavit primário fixada pelo Ministério da Fazenda.
Caso a lei não passe, a presidente pode ser condenada por crime de responsabilidade, embora, apesar da gritaria, a própria oposição admita não crer neste desfecho.
No discurso desta quarta, Aécio foi tão inflamado que, ao final, chegou a perder o ar. Dias antes, em entrevista à "GloboNews", foi ainda mais duro ao afirmar ter perdido a eleição não para um partido, mas para uma "organização criminosa que se instalou no seio" de algumas estatais.
O risco de apostar nesse agressivo é cristalizar a imagem de "pitbull". Nos bastidores, Aécio não esconde a determinação de fazer uma espécie de "reposicionamento". Entretanto, assegura: não abandonará por completo a fama de conciliador.
FOLHA
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