petrolão
Jorge Araujo/Folhapress
Área da piscina do sítio em Atibaia
As obras no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente Lula custaram mais de R$ 1 milhão, em valores atualizados, segundo fornecedores de materiais e serviços ouvidos pela Folha, pelo Ministério Público de São Paulo e interlocutores de uma construtora que trabalharam no local a partir do fim de 2010, quando Lula ainda era presidente.
Quase a totalidade dos produtos e serviços foi paga em espécie, conduta incomum que levanta a suspeita de que os recursos possam ter origem ilícita. Até agora nenhum dos envolvidos assumiu ter arcado com os valores relativos à construção da edificação que se tornou a principal área do sítio.
Em depoimento na operação Lava Jato, o engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa apontou como uma das executoras das obras uma pequena empreiteira que tem como principal cliente e "parceira" a própria Odebrecht.
A Rodrigues do Prado, construtora de Igaratá, no Vale do Paraíba (SP), que tem como dono Carlos Rodrigues do Prado, atuou na propriedade entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, segundo Prado relatou a interlocutores.
A lista dos seis principais clientes indicados no site da construtora traz cinco empresas ligadas à Odebrecht: a Construtora Norberto Odebrecht Brasil, a Concessionária Rota das Bandeiras, a CBPO Engenharia, a Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção e a Construtora Norberto Odebrecht. A empresa também diz ter "parcerias firmadas" com as empresas do Grupo Odebrecht.
Em petição protocolada no STF (Superior Tribunal Federal) na sexta (26), a defesa de Lula afirma que ele tinha conhecimento que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Lava Jato, ofereceu a reforma ao petista, de quem é amigo, e "depois, diante de algumas dificuldades técnicas, a obra foi concluída por uma empresa situada a cerca de 50 km do 'Sítio Santa Bárbara'".
Os relatos de Prado e Barbosa indicam que a empreiteira mencionada pelos advogados de Lula é a Rodrigues do Prado. Seu dono disse a interlocutores que entrou na obra por indicação de Barbosa quando ela já estava em andamento, e que à época recebeu R$ 200 mil (R$ 280 mil, atualizados) em espécie.
À Folha, a ex-dona de uma loja de materiais de construção de Atibaia que forneceu produtos disse que a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram R$ 500 mil (R$ 700 mil corrigidos) só em materiais, pagos em espécie. A construtora nega ter assumido esses custos.
Segundo relato do dono da empresa Fernandes dos Anjos e Porto Montagem de Estruturas, Adriano dos Anjos, ao Ministério Público, a empresa recebeu R$ 40 mil (R$ 55 mil atualizados) da Usina São Fernando, pertencente aos filhos de Bumlai, para montar a estrutura de metal do anexo com quatro suítes. Segundo Santos, o serviço foi pago com depósito bancário.
Em janeiro, o marceneiro Antônio Carlos Oliveira Santos, 45, disse ter recebido R$ 5.400 (R$ 7.500 corrigidos) em espécie das mãos de Barbosa por serviços no sítio.
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Odebrecht disse por meio de nota que a empresa e seus integrantes estão colaborando com as autoridades e que "todos os esclarecimentos estão sendo prestados no âmbito do inquérito em curso, que corre em sigilo".
A Folha pediu à assessoria de Lula uma manifestação sobre o fato de a Odebrecht estar ligada às obras no sítio frequentado por ele. A assessoria, porém, não respondeu especificamente sobre esse tema e pediu a reprodução de nota na qual aponta que Lula e sua família usam o sítio de seus amigos em fins de semana e que tal fato não tem relação com ato ilícito.
Quase a totalidade dos produtos e serviços foi paga em espécie, conduta incomum que levanta a suspeita de que os recursos possam ter origem ilícita. Até agora nenhum dos envolvidos assumiu ter arcado com os valores relativos à construção da edificação que se tornou a principal área do sítio.
Em depoimento na operação Lava Jato, o engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa apontou como uma das executoras das obras uma pequena empreiteira que tem como principal cliente e "parceira" a própria Odebrecht.
A Rodrigues do Prado, construtora de Igaratá, no Vale do Paraíba (SP), que tem como dono Carlos Rodrigues do Prado, atuou na propriedade entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, segundo Prado relatou a interlocutores.
A lista dos seis principais clientes indicados no site da construtora traz cinco empresas ligadas à Odebrecht: a Construtora Norberto Odebrecht Brasil, a Concessionária Rota das Bandeiras, a CBPO Engenharia, a Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção e a Construtora Norberto Odebrecht. A empresa também diz ter "parcerias firmadas" com as empresas do Grupo Odebrecht.
Em petição protocolada no STF (Superior Tribunal Federal) na sexta (26), a defesa de Lula afirma que ele tinha conhecimento que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Lava Jato, ofereceu a reforma ao petista, de quem é amigo, e "depois, diante de algumas dificuldades técnicas, a obra foi concluída por uma empresa situada a cerca de 50 km do 'Sítio Santa Bárbara'".
Os relatos de Prado e Barbosa indicam que a empreiteira mencionada pelos advogados de Lula é a Rodrigues do Prado. Seu dono disse a interlocutores que entrou na obra por indicação de Barbosa quando ela já estava em andamento, e que à época recebeu R$ 200 mil (R$ 280 mil, atualizados) em espécie.
À Folha, a ex-dona de uma loja de materiais de construção de Atibaia que forneceu produtos disse que a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram R$ 500 mil (R$ 700 mil corrigidos) só em materiais, pagos em espécie. A construtora nega ter assumido esses custos.
Segundo relato do dono da empresa Fernandes dos Anjos e Porto Montagem de Estruturas, Adriano dos Anjos, ao Ministério Público, a empresa recebeu R$ 40 mil (R$ 55 mil atualizados) da Usina São Fernando, pertencente aos filhos de Bumlai, para montar a estrutura de metal do anexo com quatro suítes. Segundo Santos, o serviço foi pago com depósito bancário.
Em janeiro, o marceneiro Antônio Carlos Oliveira Santos, 45, disse ter recebido R$ 5.400 (R$ 7.500 corrigidos) em espécie das mãos de Barbosa por serviços no sítio.
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Odebrecht disse por meio de nota que a empresa e seus integrantes estão colaborando com as autoridades e que "todos os esclarecimentos estão sendo prestados no âmbito do inquérito em curso, que corre em sigilo".
A Folha pediu à assessoria de Lula uma manifestação sobre o fato de a Odebrecht estar ligada às obras no sítio frequentado por ele. A assessoria, porém, não respondeu especificamente sobre esse tema e pediu a reprodução de nota na qual aponta que Lula e sua família usam o sítio de seus amigos em fins de semana e que tal fato não tem relação com ato ilícito.
REFORMA EM ATIBAIA
Quem são os envolvidos nas obras do sítio frequentado por Lula
REFORMA EM ATIBAIA
Quem são os envolvidos nas obras do sítio frequentado por Lula
Quem são os envolvidos nas obras do sítio frequentado por Lula
Edificação com quatro suítes
Edificação com quatro suítes
Tamanho: 110 metros quadrados
Quartos: 4m x 4m
Banheiros: 1,5 m x 2m
Corredor: 1,8 m x 9m
Quartos: 4m x 4m
Banheiros: 1,5 m x 2m
Corredor: 1,8 m x 9m
Execução das fundações e estrutura de metal (esqueleto do prédio)
Execução das fundações e estrutura de metal (esqueleto do prédio)
F.A. Montagens Industriais
Preço da mão de obra: R$ 55 mil, em valores atualizados (R$ 40 mil à época)
Quem pagou: Usina São Fernando, de José Carlos Bumlai
Preço dos materiais da estrutura: em investigação
Quem pagou: em investigação
Preço da mão de obra: R$ 55 mil, em valores atualizados (R$ 40 mil à época)
Quem pagou: Usina São Fernando, de José Carlos Bumlai
Preço dos materiais da estrutura: em investigação
Quem pagou: em investigação
Execução da Alvenaria
Execução da Alvenaria
Construtora Rodrigues Prado
Preço da mão de obra: R$ 280 mil, em valores atualizados (R$200 mil à época)
Quem pagou: em investigação
Preços dos materiais de alvenaria: R$ 700 mil, em valores atualizados (R$ 500 mil à época)
Quem pagou: em investigação
Preço da mão de obra: R$ 280 mil, em valores atualizados (R$200 mil à época)
Quem pagou: em investigação
Preços dos materiais de alvenaria: R$ 700 mil, em valores atualizados (R$ 500 mil à época)
Quem pagou: em investigação
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