O Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) a cassação da candidatura de Levy Fidélix (PRTB) e
direito de resposta às delcarações homofóbicas ditas pelo candidato
durante debate ocorrido na "TV Record" na noite deste domingo (29).
O deputado Renato Simões (PT-SP) também acionou o candidato. A primeira
representação foi feita à Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério
Público Federal, instituição cujo procurador-geral, Rodrigo
Janot, recentemente se pronunciou pela adoção do crime de discriminação
previsto na legislação contra o racismo para embasar processos por
homofobia.
Outra junto à comissão especial da lei
10.948, que pune a homofobia no Estado de São Paulo, de autoria do
próprio Renato quando deputado estadual, que funciona junto à Secretaria
de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.
"Esperamos que a impunidade não alcance Fidélix, pois seu comportamento
como candidato à Presidência da República não pode estimular o
preconceito, a discriminação e a violência contra LGBTs em todo o país",
disse o deputado.
Segundo ele, Fidélix incentivou uma reação da
sociedade contra os LGBTs. Como a lei 10.948 é estadual, o candidato
não será imputado criminalmente, mas poderá ter de pagar multa ou sofrer
outras sanções.
No Facebook um grupo formado por mais de 6.100
pessoas está coletando dados pessoais para formalizar uma denúncia
coletiva à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do governo federal.
E a coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria
de Justiça do Estado de São Paulo também vai representar contra Fidélix
com base na lei estadual 10.948.
Além disso, diversos usuários
de redes sociais têm denunciado o candidato no site deo Ministério
Público Federal por ferir o artigo 5º da Constituição Federal, inciso
XLI, que diz que "a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais", especialmente por ter sido feito em
uma emissora de televisão de concessão pública.
16.set.2014
- Candidatos tomam posição no palco montado do Centro de Eventos Padre
Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP), para
debate promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil),
em Aparecida, interior de São Paulo, nesta terça-feira (16) Leia mais Reprodução
A polêmica
Em debate realizado na noite deste domingo (28)pela
TV Record, o candidato à Presidência Levy Fidelix (PRTB) associou a
homossexualidade com pedofilia e afirmou que gays precisam de
atendimento psicológico "bem longe daqui".
As declarações foram
dadas após pergunta da candidata Luciana Genro (PSOL), que citou a
violência a que a população LGBT é submetida e indagou Levy sobre os
motivos pelos quais os que "defendem a família se recusam a reconhecer
como família um casal do mesmo sexo."
"Aparelho excretor não reproduz
(...) Como é que pode um pai de família, um avô ficar aqui escorado
porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um
pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua
seu neto. Vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o
papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano, um pedófilo. Está certo!
Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos
possam encontrar realmente um bom caminho familiar", afirmou.
Na
réplica, Luciana defendeu o casamento igualitário como forma de reduzir
a violência contra a população LGBT. Na tréplica, entretanto, Levy
subiu o tom e deu a entender que caso fossem dados direitos ao grupo,
metade da população sairia do armário.
"Luciana, você já
imaginou? O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai
reduzir para 100 [milhões]. Vai para a avenida Paulista, anda lá e vê. É
feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem, nós somos maioria,
vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de
dizer que sou pai, uma mãe, vovô, e o mais importante, é que esses que
têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e
afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá",
disse.
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