O quadro eleitoral, que mostra a presidente Dilma Rousseff (PT) na
liderança no primeiro turno com 38% das intenções, seguida por Marina
Silva (PSB), com 29%, está bem definido, embora continue em movimento. A
avaliação é da diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia
Cavallari, em entrevista exclusiva ao Broadcast ao Vivo. Ela
acredita que Marina pode manter o recente movimento de queda lenta e
consistente, diminuindo a distância em relação a Aécio Neves (PSDB), que
havia subido de 15% para 19% e manteve o mesmo patamar na última
pesquisa, mas isso não deve ameaçar a ida da ex-ministra ao segundo
turno. Já Dilma tem oscilado na faixa atual, entre 35% a 38% das
intenções de voto.
Márcia ressaltou, porém, que qualquer novo episódio na campanha
presidencial pode ter um efeito rápido nas intenções de voto e lembrou
que o eleitor costuma consolidar sua escolha na última semana antes do
comparecimento às urnas. A diretora do Ibope vê um segundo turno
bastante apertado entre Dilma e Marina e diz que o cenário está
totalmente aberto para a vitória de qualquer uma das duas. Segundo ela, o
desejo de mudança do eleitor visto atualmente só foi maior na eleição
de 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o
candidato da situação, José Serra (PSDB).
Em relação às pesquisas clone, contratadas na tentativa de antecipar os
resultados dos levantamentos registrados no Tribunal Superior
Eleitoral, Márcia disse que não sabe como essas sondagens são
realizadas, qual a metodologia usada e a quem elas convêm. "Não sei o
quanto as pesquisas clone têm o tipo de rigor que nós temos, mas estão
se prestando bem ao papel de especulação do mercado".
A diretora falou sobre os cuidados para garantir a segurança dos
resultados das pesquisas feitas pelo Ibope. Segundo ela, os números só
são consolidados em um único local e geralmente 2 horas antes de sua
divulgação. Sobre as disputas para os governos estaduais, Márcia explica
que muitos governos estão desgastados, com avaliações inferiores ao
observado no pleito de 2010. "É uma eleição de mais renovação".
Olhando para os possíveis resultados nos Estados e no Congresso, Marcia
avalia que o PT, que vinha crescendo, pode diminuir em número de
governadores e deputados eleitos. O PSB também era uma legenda em
ascensão e tem probabilidade alta de ganhar representatividade. O PMDB
sempre foi um partido forte para compor a Câmara e tem muitas coligações
regionais que devem garantir um espaço significativo na política. O
PSDB, que não vinha de uma tendência de crescimento, dependerá do
desempenho dos governadores para fazer com que mais deputados sejam
eleitos.
Álvaro Campos e Letícia Sorg
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