Assessor do programa de Marina para economia projeta 'ajuste fiscal grande'

Alexandre Rands, coordenador econômico do programa de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse que o próximo governo terá de fazer "ajuste fiscal grande" para garantir o controle da inflação - o que, segundo ele, é prioridade de um eventual governo da candidata socialista.

Rands evitou explicitar que tamanho teria esse ajuste fiscal, mas afirmou que seria "o suficiente para evitar que a taxa de juros seja estourada para controlar a inflação". 

"No primeiro ano, haverá crescimento baixo porque você precisará de ajuste fiscal grande, com acomodação de preços relativos, como preço de câmbio, preço de energia, preço de gasolina. Isso tudo gera uma série de incertezas na economia. Mas certamente as previsões vão melhorar se Marina ganhar, porque você não vai ter um governo federal jogando contra como você tem hoje". disse. 

Rands já se envolveu em polêmica nesta campanha, principalmente ao defender a mudança da meta de inflação do governo, hoje em 4,5%. Na ocasião, há 10 dias, ele foi desautorizado por Marina ao dizer que era "hipocrisia" ter meta de 4,5% se o governo trabalhava sempre com o teto da meta, de 6,5%. 

Nesta quarta-feira (24), ele participou de um fórum de debate sobre infraestrutura organizado pela revista "Exame" em um hotel de Copacabana, zona sul do Rio. Esteve em uma mesa de discussão em que o governo foi representado pelo ministro da Secretaria de Portos, Cesar Borges.

MARINA "APRENDEU"
O ministro criticou a relação conturbada entre as pastas relacionadas às obras públicas e os órgãos de licenciamento, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ilustrando as dificuldades para destravar as obras de infraestrutura perante as exigências ambientais. 

Perguntado sobre como se daria a gestão do Ibama em um eventual governo Marina - considerando que ela, como ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve o órgão sob seu comando -, Rands disse que Marina "aprendeu". 

"Ela (Marina) aprendeu o processo, aprendeu as dificuldades, e hoje está compromissada com o programa que vem desde Eduardo Campos e que reverte isso. Existe uma confusão muito grande no Brasil, e às vezes os empresários também jogam com essa confusão. É a de achar que você ser duro na concessão do licenciamento é ser ineficiente. Você pode ser duro e ser rápido", disse.

FOLHA - Uol