domingo, 28 de setembro de 2014

Biometria se espalha pelo país; eleitor do interior só reclama de políticos




Identificação biométrica leva rapidez para eleição no interior de Alagoas

Valderez Vieira, 43, vê o uso da biometria nas eleições de Coqueiro Seco (a 34 km de Maceió) como um avanço tecnológico importante.
 
Para começar a implantação da tecnologia de identificação biométrica em todo o país, a Justiça Eleitoral escolheu as cidades com os menores eleitorados como laboratório. Desde 2008, municípios com poucas centenas de títulos eleitorais inauguraram o voto com identificação com a digital.

Na pequena cidade de Coqueiro Seco (a 34 km de Maceió), em Alagoas, boa parte dos 4.113 eleitores cadastrados já tiveram a experiência de votar usando a digital como identificação.

Mais segurança e rapidez no processo de votação são as principais vantagens apontadas pelos moradores da cidade do interior alagoano. Jorge Lins Mendes, 62, diz que a maior dificuldade ainda é escolher em quem votar. "Dificuldade não tive [para votar com a digital], mas arrependimento tive um bocado", disse, provocando risos nos vizinhos que acompanhavam a entrevista. "Escolhi meus candidatos, mas me decepcionei. Arrependi-me muito, muito mesmo."
Em Alagoas, desde a eleição de 2012, todos os 2 milhões de eleitores usam a biometria como identificação. Entretanto este ano será a primeira vez o sistema será usado no Estado em uma eleição presidencial.

A dona de casa Andréa de Souza Oliveira, 29, foi chefe de seção na eleição passada e afirma que a biometria deixou a votação mais rápida. "Tivemos apenas dois casos em que a identificação não foi feita na primeira tentativa, mas depois conseguimos. Não vi ninguém com problemas nem soube de reclamação de eleitores. Ficou tudo mais ágil", disse ela, que será mesária novamente no pleito deste ano.

"Agora ficou mais rápido para todo mundo. Chega, bota o dedo e está tudo certo", completou Amaro Augusto da Silva, 61, seu colega de papo na praça no centro da cidade, onde os moradores se encontram para bater papo.

Para o aposentado Antônio Faustino Novaes, 65, uma das vantagens da biometria é acabar com as fraudes. "Agora ninguém se passa mais por ninguém. Ficou bom, não tem problema", defende.
Já a aposentada Maria Petrúcia, 62, lamentou o fato de não precisar mais usar a assinatura para identificação. É que, em 2011, ela aprendeu a ler e passou a assinar o seu nome. "Até a eleição de 2010, eu melava o dedo, tinha a maior vergonha. Quando pensei que não ia precisar fazer isso porque ia conseguir assinar, mudou. Agora ninguém mais mela o dedo."

Na cidade vizinha de Santa Luzia do Norte, que conta com 5.000 eleitores, os moradores também elogiam o novo método. "Foi tudo perfeito. Cheguei, botei o dedo e votei bem rápido, não tive qualquer problema", disse a moradora Maria Zélia dos Santos, 37.
A novidade também agradou ao comerciante Josivan Palmeira, 59. "Ficou bom, foi uma evolução. Acho que a sociedade não para de avançar. Acho que todo mundo achou bom. É tudo rápido", comentou.

Meta

Neste ano, 762 municípios, incluindo 15 capitais, terão identificação biométrica em todas as seções eleitorais. Alagoas, Amapá, Sergipe e Distrito Federal terão 100% dos eleitores identificados pela biometria.
Aproximadamente 15% do eleitorado do país, ou 20,5 milhões de pessoas, irão votar usando o sistema de identificação biométrica pela primeira vez.

O número representa um avanço em relação a 2010, quando apenas 1,1 milhão de eleitores foram cadastrados no sistema. A meta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é fazer o cadastro de 100% dos eleitores já para as eleições de 2018.


Uol

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