Marina Silva teve uma reação paradoxal à última pesquisa do Ibope.
Ela voltou a oscilar para baixo na simulação de primeiro turno e foi
alcançada por Dilma Rousseff no segundo round. “Olha, é para
comemorar!”, disse a candidata na noite passada, numa entrevista em
Porto Alegre. Marina declarou-se “feliz e tranquila”. Atribuiu o estado
emocional ao fato de sua candidatura sobreviver a três movimentos:
1. Dupla artilharia:
“Aécio tem o direito legítimo de ter sua candidatura, junto com a da
presidente Dilma. Agora, de uma forma muito particular, eles estão
juntos para tentar derrotar o nosso projeto. [...] Os dois não
apresentaram um programa. E fizeram uma aliança estratégica para tentar
destruir quem tem um programa para governar e mudar o Brasil. Nós
estamos felizes com o que está acontecendo. É um movimento da sociedade
brasileira.”
2. Superestrutura:
“Nós estamos tranquilos em relação a tudo isso, porque, enfrentar não
sei quantos mil vereadores, deputados, senadores, 20 mil cargos de
confiançaa, 11 minutos de televisão contra dois, uma aliança que não se
explica com Sarney, Collor, Renan, Maluf, Jader Barbalho… Enfrentamos
tudo isso e mesmo assim estamos onde estamos.”
3. Efeito João Santana:
“Esse marketing selvagem, que não é mais mediado pela ética, não tem
princípios, diz qualquer coisa, vale tudo para ganhar o poder. Contra
esse marketing selvagem e seus vocalizadores não existe argumento, mas
existe uma arma poderosíssima: o discernimento. E a sociedade brasileira
tem bom discernimento.''
Marina voltou a ironizar a artilharia de
João Santana, o marqueteiro da campanha de Dilma. Disse que a
propaganda petista a trata como se fosse capaz de “destruir tudo o que
esse país construiu nos últimos 500anos.” Acha que recebe um tratamento
de “exterminadora do futuro” porque Dilma “quer disfarçar o extermínio
que está fazendo do nosso presente”.
A certa altura, Marina
comparou a economia brasileira a um doente hospitalizado. O governo
“agora lançou mão do Fundo Soberano para socorrer as contas públicas.
Vocês sabem por que esses R$ 3,5 bilhões foram tirados de um fundo que
foi criado para situações de gravíssima emergência econômica? Para
denunciar a propaganda enganosa de que está tudo bem.”
Marina
arrematou: “Se o paciente está bem…, por que está sendo dada morfina
para ele? É uma interrogação que a sociedade tem que fazer. É porque de
fato a nossa situação é grave: baixa credibilidade, pouco investimento. É
a primeira vez na história desse país que quem está no poder, quando
sobe nas pesquisas, as ações da Petrobras caem. Então, amigos, estamos
muito tranquilos, felizes.”
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POLÍTICA E ECONOMIA