Ele é o segundo executivo a fazer um acordo de colaboração com a Justiça: o primeiro foi Julio Camargo.
Ambos são ligados à Toyo-Setal, empresa controlada pela japonesa Toyo
Engineering, que tem contratos de mais de R$ 4 bilhões com a Petrobras.
Com a adesão de Mendonça Neto, já são quatro os delatores da Lava Jato: Paulo Roberto Costa, que foi diretor de abastecimento da Petrobras, o doleiro Youssef e os dois executivos ligados à Toyo.
Todos prometeram contar o que sabem sobre o esquema de suborno na estatal para ter uma pena menor.
Mendonça Neto faz parte do conselho de administração da EBR (Estaleiros do Brasil), empresa instalada no Rio Grande do Sul e controlada pela Toyo. Ele é vice-presidente do Sinaval, sindicato das empresas que fazem navios e plataformas para extração de petróleo.
Uma empresa dele, a Tipuana Participações, depositou R$ 7,3 milhões em contas controladas pelo doleiro, segundo laudos da Polícia Federal. Como as empresas de Youssef nunca tiveram atividade, os procuradores dizem que as transferências eram repasse de propina.
O doleiro confirmou essa hipótese nos depoimentos que prestou após fazer o acordo de delação.
A Tipuana já foi alvo de ação da Justiça Eleitoral por doação irregular a um candidato a deputado federal do PT em 2006.
A Toyo também negocia um acordo de delação com o Ministério Público Federal e pode ser a primeira empresa entre as investigadas a aderir a esse tipo de colaboração, segundo a Folha apurou.
A empresa também negocia um acordo com o Cade (Conselho de Administração e Defesa Econômica), órgão que cuida da defesa da concorrência. Fornecedores da Petrobras investigados atuavam como um cartel, segundo Paulo Roberto Costa.
O acordo da Toyo pode comprometer a estratégia de grandes empreiteiras, como a Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa, que buscam fazer uma defesa coordenada.
A Toyo-Setal faz duas grandes obras para a Petrobras: uma unidade para produção de hidrogênio de R$ 1,1 bilhão no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e uma fábrica de R$ 2,1 bilhões para fazer amônia, usada para produzir fertilizantes, em Uberaba (MG).
O maior contrato da EBR foi assinado no início do ano passado com a Petrobras para produzir módulos da plataforma P-74 por US$ 741 milhões (R$ 1,85 bilhão pelo câmbio atual). A plataforma será usada no pré-sal.
Os contratos que a Toyo-Setal conquistou na Petrobras partiram de projetos e licitações da diretoria de serviços, ocupada entre 2003 e 2012 por Renato Duque, indicado ao cargo por José Dirceu.
Costa e Julio Camargo afirmaram em sua delação que Duque era beneficiado pelo esquema de suborno. Duque nega as acusações e entrou com uma ação contra Costa.
A advogada de Mendonça Neto e da Toyo-Setal, Beatriz Catta Preta, não foi encontrada para comentar o acordo.
FOLHA>UOL
LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
Com a adesão de Mendonça Neto, já são quatro os delatores da Lava Jato: Paulo Roberto Costa, que foi diretor de abastecimento da Petrobras, o doleiro Youssef e os dois executivos ligados à Toyo.
Todos prometeram contar o que sabem sobre o esquema de suborno na estatal para ter uma pena menor.
Mendonça Neto faz parte do conselho de administração da EBR (Estaleiros do Brasil), empresa instalada no Rio Grande do Sul e controlada pela Toyo. Ele é vice-presidente do Sinaval, sindicato das empresas que fazem navios e plataformas para extração de petróleo.
Uma empresa dele, a Tipuana Participações, depositou R$ 7,3 milhões em contas controladas pelo doleiro, segundo laudos da Polícia Federal. Como as empresas de Youssef nunca tiveram atividade, os procuradores dizem que as transferências eram repasse de propina.
O doleiro confirmou essa hipótese nos depoimentos que prestou após fazer o acordo de delação.
A Tipuana já foi alvo de ação da Justiça Eleitoral por doação irregular a um candidato a deputado federal do PT em 2006.
A Toyo também negocia um acordo de delação com o Ministério Público Federal e pode ser a primeira empresa entre as investigadas a aderir a esse tipo de colaboração, segundo a Folha apurou.
A empresa também negocia um acordo com o Cade (Conselho de Administração e Defesa Econômica), órgão que cuida da defesa da concorrência. Fornecedores da Petrobras investigados atuavam como um cartel, segundo Paulo Roberto Costa.
O acordo da Toyo pode comprometer a estratégia de grandes empreiteiras, como a Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa, que buscam fazer uma defesa coordenada.
A Toyo-Setal faz duas grandes obras para a Petrobras: uma unidade para produção de hidrogênio de R$ 1,1 bilhão no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e uma fábrica de R$ 2,1 bilhões para fazer amônia, usada para produzir fertilizantes, em Uberaba (MG).
O maior contrato da EBR foi assinado no início do ano passado com a Petrobras para produzir módulos da plataforma P-74 por US$ 741 milhões (R$ 1,85 bilhão pelo câmbio atual). A plataforma será usada no pré-sal.
Os contratos que a Toyo-Setal conquistou na Petrobras partiram de projetos e licitações da diretoria de serviços, ocupada entre 2003 e 2012 por Renato Duque, indicado ao cargo por José Dirceu.
Costa e Julio Camargo afirmaram em sua delação que Duque era beneficiado pelo esquema de suborno. Duque nega as acusações e entrou com uma ação contra Costa.
A advogada de Mendonça Neto e da Toyo-Setal, Beatriz Catta Preta, não foi encontrada para comentar o acordo.
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LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
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