Economista ainda vê Dilma com um pequeno favoritismo para vencer eleição, mas diz que Marina e Aécio estão no páreo
(SÃO PAULO) – O cenário
mais provável para a eleição presidencial ainda é de que haja um segundo
turno entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), na opinião do
economista Ricardo Amorim, apresentador do programa “Manhattan
Connection” e sócio da Ricam Consultoria. Apesar da percepção da maioria
dos brasileiros de que Aécio Neves (PSDB) foi bem melhor no debate
desta quinta-feira na Rede Globo e da tendência de queda de Marina
verificada nas últimas semanas, o tempo pode ser muito curto para que o
tucano possa reverter a vantagem da adversária nas pesquisas de intenção
de voto. Amorim diz, no entanto, que a presença de Aécio no segundo
turno ainda é possível e bem mais provável, por exemplo, que o cenário
de vitória de Dilma no primeiro turno.
Amorim também afirmou que há três motivos para Dilma perder ao menos
parte de sua vantagem no segundo turno: 1) o tempo na TV da presidente é
bem maior que o de seus adversários hoje, mas passará a ser igual
quando a propaganda eleitoral recomeçar; 2) os deputados, senadores e
governadores que vencerem no primeiro turno já não estarão tão engajados
na próxima etapa da eleição, o que tira um vantagem do PT que hoje é
clara; e 3) os eleitores que não gostam de Dilma tendem a se unir em
torno do nome único da oposição no segundo turno. O economista diz, no
entanto, que é impossível dizer se essa provável queda de Dilma será
suficiente para que ela perca a eleição.
Para Amorim, Marina ainda tem mais chance de bater Dilma do que
Aécio. Em primeiro lugar, ele acredita que os votos de Aécio irão quase
que integralmente para Marina se esse for o cenário de segundo turno
devido à alta rejeição à Dilma entre o eleitorado tucano. Já Aécio não
herda tanto os votos de Marina porque não pode usar da mesma forma que
ela o discurso da “nova política” – um dos responsáveis pela
popularidade de pessebista.
O economista também acredita que é natural que Marina estivesse
abatida no debate de ontem na Globo – até porque ela caiu muito nas
pesquisas nos últimos dias. Mas, se chegar ao segundo turno, Marina já
poderá se considerar vitoriosa e voltará com novo ânimo para enfrentar
Dilma. A provável aliança com o PSDB também dará combustível a sua
campanha – Marina só terá de ter cuidado para não perder votos entre os
eleitores que compram a tese da “nova política” ao se aliar ao PSDB.
Mas o que é melhor para o Brasil?
Para Ricardo Amorim, “Dilma é a pior opção para o Brasil entre os
três candidatos”. “O desempenho da economia deixou muito a desejar.
Entre todos os países da América do Sul, ninguém cresceu menos que o
Brasil nos últimos quatro anos. O crescimento anual do PIB só foi
superior ao do governo Collor considerando todos os presidentes desde
1930. E não é verdade que isso aconteceu por uma crise externa. A
política econômica foi desastrosa.”
Dilma também seria a pior opção, segundo Amorim, porque, com ela,
realizar o necessário ajuste será mais difícil. A presidente terá
dificuldade em convencer os brasileiros que trará a economia de volta ao
rumo certo num segundo mandato. Já Aécio, se eleito, largaria na frente
porque já se sabe quem é seu ministro da Fazenda, já se sabe o que
Armínio Fraga faria no comando da economia e sua reputação é excelente.
Em relação a Marina, Aécio teria uma vantagem de execução por fazer
parte de um partido maior e mais sólido. “Marina não é dona do PSB, um
partido pequeno. Ela vai precisar de uma coalização ampla para governar,
e isso pode ser contrário a suas promessas de nova política.”
Já a vantagem de Marina é que ela é a única que parece conectada com a
vontade popular de que a política seja feita de uma maneira diferente.
Os brasileiros, diz o economista, gostam do jeito do PSDB de comandar a
economia. “Lula só se elegeu quando prometeu uma economia igual ao do
PSDB. Marina agora promete uma economia tucana. Então o brasileiro quer
uma economia com cara de PSDB. Aécio só não está nadando de braçada
porque, por outro lado, o PSDB não consegue se conectar com esse anseio
popular de mudanças na política.”
Fonte: InfoMoney
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POLÍTICA E ECONOMIA