Jorge Araújo - 29.mar.2016/Folhapress | ||
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância |
O juiz Sergio Moro não quis comentar a gravação revelada pela Folha nessa segunda-feira (23) em que o ministro Romero Jucá sugere um pacto para deter o avanço da Operação Lava Jato.
"Não tenho comentário específico sobre essa situação porque não estou totalmente a par", disse Moro. Ele também defendeu que assuntos pertinentes à Justiça não devem ter interferência do governo e vice-versa. "Não deve haver nenhuma interferência do governo. Os trabalhos devem ser independentes", disse.
Moro é um dos convidados para um debate no Fórum Veja, evento promovido pela revista nesta segunda em São Paulo.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso, que participou do debate com Moro, negou que Jucá tenha influência sobre os ministros do tribunal, como sugeriu o político na gravação, mas afirmou que recebe todos para audiências.
""Acho que é impensável, nos dias de hoje, supor que alguém tenha, individualmente, a capacidade de paralisar as instituições ou pensar que qualquer pessoa tenha acesso a um ministro do STF para parar determinado jogo", disse o ministro", disse Barroso.
Questionado sobre a possibilidade da Lava Jato perder fôlego com a mudança de governo, Moro afirmou que ela "não é um seriado, existe um trabalho de investigação feito entre quatro paredes", e que a operação "continua normalmente".
O jornalista da "Veja" André Petry, mediador do debate, questionou se ele acredita que um governo com sete envolvidos na Lava Jato fará algo para combater a corrupção, referindo-se à gestão do peemedebista Michel Temer. Moro disse que a postura possível de ser tomada, que cabe no enfrentamento desse da corrupção, é a aprovação de medidas de combate a ao crime defendidas pela força-tarefa de Curitiba.
O mediador foi aplaudido quando disse que recebeu da plateia muitos papéis perguntando quando o ex-presidente Lula (PT) seria preso.
"Se esse processo voltar (para a primeira instância), vai ser tratado com fatos e provas e sem influência de um eventual sentimento ou expectativa nesse sentido", resumiu.
Barroso disse que as pessoas não devem acreditar que determinadas prisões mudarão a situação e defendeu que o que tem de ser revisto é o atual modelo político e suas fontes de financiamento.
No início de sua fala, Moro afirmou que "é difícil dimensionar a corrupção, mas que quando os casos são revelados e a Justiça não dá uma resposta, é um incentivo para esse comportamento".
Também destacou a importância da iniciativa privada, afirmando que ela deve se negar a entrar no esquema de propinas. "A Justiça não é o único remédio para vencer a corrupção. Tem que haver uma ação conjunta com associações públicas e privadas."
Ele finalizou sua fala enfatizando que "os trabalhos da Justiça continuam e que a expectativa é que a sociedade aproveite a oportunidade do momento para incorporar o combate a corrupção de uma maneira mais duradoura".
SEGURANÇA
O juiz Moro não quis revelar se já foi alvo de ameaças e também se negou a dizer quantos seguranças o acompanham.
"A regra de ouro é não falar sobre a segurança", disse.
Em uma palestra em São Paulo há cerca de dois meses, o juiz estava acompanhado por mais de dez seguranças e o público não foi autorizado a gravar a sua fala.
Moro é um dos convidados para um debate no Fórum Veja, evento promovido pela revista nesta segunda em São Paulo.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso, que participou do debate com Moro, negou que Jucá tenha influência sobre os ministros do tribunal, como sugeriu o político na gravação, mas afirmou que recebe todos para audiências.
""Acho que é impensável, nos dias de hoje, supor que alguém tenha, individualmente, a capacidade de paralisar as instituições ou pensar que qualquer pessoa tenha acesso a um ministro do STF para parar determinado jogo", disse o ministro", disse Barroso.
Questionado sobre a possibilidade da Lava Jato perder fôlego com a mudança de governo, Moro afirmou que ela "não é um seriado, existe um trabalho de investigação feito entre quatro paredes", e que a operação "continua normalmente".
O jornalista da "Veja" André Petry, mediador do debate, questionou se ele acredita que um governo com sete envolvidos na Lava Jato fará algo para combater a corrupção, referindo-se à gestão do peemedebista Michel Temer. Moro disse que a postura possível de ser tomada, que cabe no enfrentamento desse da corrupção, é a aprovação de medidas de combate a ao crime defendidas pela força-tarefa de Curitiba.
O mediador foi aplaudido quando disse que recebeu da plateia muitos papéis perguntando quando o ex-presidente Lula (PT) seria preso.
"Se esse processo voltar (para a primeira instância), vai ser tratado com fatos e provas e sem influência de um eventual sentimento ou expectativa nesse sentido", resumiu.
Barroso disse que as pessoas não devem acreditar que determinadas prisões mudarão a situação e defendeu que o que tem de ser revisto é o atual modelo político e suas fontes de financiamento.
No início de sua fala, Moro afirmou que "é difícil dimensionar a corrupção, mas que quando os casos são revelados e a Justiça não dá uma resposta, é um incentivo para esse comportamento".
Também destacou a importância da iniciativa privada, afirmando que ela deve se negar a entrar no esquema de propinas. "A Justiça não é o único remédio para vencer a corrupção. Tem que haver uma ação conjunta com associações públicas e privadas."
Ele finalizou sua fala enfatizando que "os trabalhos da Justiça continuam e que a expectativa é que a sociedade aproveite a oportunidade do momento para incorporar o combate a corrupção de uma maneira mais duradoura".
SEGURANÇA
O juiz Moro não quis revelar se já foi alvo de ameaças e também se negou a dizer quantos seguranças o acompanham.
"A regra de ouro é não falar sobre a segurança", disse.
Em uma palestra em São Paulo há cerca de dois meses, o juiz estava acompanhado por mais de dez seguranças e o público não foi autorizado a gravar a sua fala.
LAVA JATO
Durante entrevista coletiva sobre a 29ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda (23), delegados afirmaram que a operação não sofrerá influência.
Para o delegado da Polícia Federal Luciano Flores, "declarações de qualquer governo" não podem frear as investigações.
"Com relação ao eventual receio de que a Lava Jato possa ser prejudicada
com essas declarações e uma eventual intenção do ministro do
Planejamento [de obstruir as investigações], notamos que a Lava Jato
atingiu um patamar republicano no Brasil que a Polícia Federal, ao lado
do Ministério Público e da Receita Federal não sofre influências
políticas de modo que não bastam intenções ou declarações de qualquer
governo que seja que possam frear as investigações quando a gente está
com a razão", disse Flores.
Para o superintendente regional da PF no Paraná Rosalvo Ferreira Franco,
em nenhum momento foi sinalizado que a Lava Jato sofreria qualquer
influência.
"Nós não temos qualquer tipo de aviso que tenhamos interferência na
investigação. Pelo contrário, nós recebemos recentemente inclusive
liberação de recursos financeiros para continuidade da Operação Lava
Jato", disse Franco.
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