sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

'Espero que ao final deste processo o país saia pacificado', diz Temer

04/12/2015 02h01

 Vai passar Em sua primeira declaração depois de o correligionário Eduardo Cunha acatar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o vice Michel Temer evitou fazer uma defesa enfática da presidente e afirmou que o governo "fornecerá informações que serão analisadas adequadamente pela Câmara". "Espero que ao final deste processo o país saia pacificado", disse à Folha o vice, que enfrenta ataque especulativo da cozinha do Planalto para que manifeste apoio à petista.

Entre os seus Além da conversa com Dilma, Temer falou também pela manhã com o próprio Eduardo Cunha e com Leonardo Picciani (RJ), líder da bancada peemedebista na Câmara.

Misturado Deputados do PMDB relatam pressão intensa do ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) para que as indicações do partido para a comissão do impeachment representem toda a bancada, inclusive os opositores.

Com carinho Peemedebistas brincam que, se Temer oferecesse a Dilma um exemplar de seu "Elementos de Direito Constitucional", a dedicatória seria: "Boa sorte".

Não, obrigado Integrante da base do governo, o PRB se recusou a assinar um documento de apoio à presidente, proposto pelo ministro Ricardo Berzoini durante a reunião com os líderes da Câmara, nesta quinta. O partido considerou que é "muito cedo" para esse tipo de manifestação.

Currículo 1 O Planalto incluiu uma série de itens entre o que espera dos indicados pelos partidos à comissão. Um dos pedidos é que os deputados não sejam candidatos a prefeito, para não transformar o colegiado em palanque contra o PT.
       

Currículo 2 Quando surgiu no grupo de WhatsApp do PSDB da Câmara a discussão sobre quem estaria disposto a participar da comissão espacial do impeachment, os 54 deputados se colocaram à disposição. Começou, então, uma disputa interna sobre quem tem mais qualificações.

Seguro Na movimentação do mercado financeiro desta quinta, o BTG acionou o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), entidade mantida por bancos para proteger os depositantes. Procurado, o banco disse que não se manifestará.

Cartão amarelo A Lava Jato enviará ao Banco Central até a próxima semana documentos sobre o caso de André Esteves. Se houver elementos que envolvam o BTG, o BC será forçado a abrir um processo punitivo contra a instituição.

Cirúrgico O STF deve tomar decisões relativas ao impeachment apenas sobre questões de procedimento. Um observador diz que, se o governo quiser se salvar, tem de fazer política, e não apostar suas fichas no Judiciário.

Tenho dito Petistas estão receosos sobre reapresentar a ação para sustar o impeachment -da qual desistiram depois de Gilmar Mendes ter sido sorteado relator. Receberam sinais de que os ministros podem interpretar mal a manobra, como uma tentativa de burlar a corte.

Menos é mais A bancada do PT no Senado decidiu não pedir a expulsão de Delcídio do Amaral (MS) à Executiva do partido. Vai recomendar que ele seja suspenso da sigla e julgado pela Comissão de Ética petista.

Estoque Renan Calheiros avisou ao Planalto que colocará a DRU em votação no dia em que ela chegar ao Senado. A desvinculação das receitas é um dos últimos itens da cesta de bondades do peemedebista com Dilma.

Troca de guarda Geraldo Alckmin decidiu colocar seu chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, à frente das negociações com os alunos que protestam contra a reorganização escolar. Está insatisfeito com a condução do secretário Herman Voorwald.

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TIROTEIO

Miguel Reale Junior fez delação premiada. Admitiu que a abertura do processo de impeachment era chantagem mesmo.

DE LUÍS INÁCIO ADAMS, advogado-geral da União, sobre o jurista dizer que Cunha "escreve certo por linhas tortas" ao agir após o PT lhe negar apoio.

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CONTRAPONTO

Turbulência


O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) soube que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) havia decidido acatar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff quando estava no avião, prestes a decolar de Brasília para São Paulo.


Recebeu a notícia de Marcos Pereira, presidente nacional do PRB, sentado ao seu lado e que acabara de ser informado do anúncio na Câmara pelo WhatsApp.

-Como vamos aguentar 1h30 de voo sem nenhuma notícia? -perguntou o senador.
O avião nem havia tocado o solo, os dois, aflitos, ligaram os celulares. Foram repreendidos pela aeromoça:

-Senhores, não é permitido o uso do celular. 



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