Corte de internet ao fim de limite da franquia compromete acesso a WhatsApp
Larissa Leiros Baroni
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Com o corte da internet após o fim do limite da franquia, idealizado
pelas operadoras de telefonia móvel do país e já colocado parcialmente
em prática pela Vivo, os usuários tendem a perder o acesso ao WhatsApp
--um dos aplicativos mais utilizados nos celulares e smartphones.
"Ao fim do limite do pacote de dados, as operadoras, ao invés de cortar o serviço, optaram por reduzir a velocidade do acesso. O benefício permite que o usuário, mesmo extrapolando a cota contratada, possa fazer pelo menos o básico, que inclui as mensagens de texto pelo WhatsApp ou a consulta de um e-mail", afirma Eduardo Tude, da consultoria de telecomunicações Teleco, que caracteriza a mudança das operadoras como uma "tendência natural".
Segundo ele, em outros países da América do Norte, da Europa, e da Ásia, o corte é algo natural ao fim da conta contratada. "Ou você contrata um plano adicional ou você fica sem o serviço. Não há outra alternativa." No Brasil, no entanto, a possibilidade do acesso limitado foi adotada com o intuito de disseminar o uso da internet no celular, conta Tude. Postura similar também foi adotada em outros países da América Latina.
A mudança agora proposta pelas operadoras, na opinião de Tude, é um reflexo da mudança da demanda dos próprios usuários. "O benefício já não tem agradado tanto os usuários, que, muitas vezes, reclamam da baixa qualidade do acesso. O que se quer é uma internet cada vez mais veloz", disse ele, que acrescenta: "Além disso, hoje a velocidade mais baixa é disponibilizada pelo uso da rede 2G, mas a tendência é que ela seja eliminada para dar espaço a uma tecnologia de maior capacidade."
Do ponto de vista legal, a mudança também é permitida desde que estabelecida no contrato de prestação de serviço. É o que afirmou Adriana Pereira, diretora de Programas especiais do Procon/SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo). Segundo ela, as operadoras não podem alterar as regras dos contratos em vigência sem a autorização dos clientes.
"Se você já assinou o contrato e o corte não está previsto nele, a operadora é obrigada assegurar que você continue tendo o acesso limitado após o fim do limite da franquia até que o contrato vença", explicou a especialista, que orientou: "Fique atento e não aprove qualquer alteração no contrato caso não esteja de acordo." E, caso o corte for realizado mesmo não estando previsto em contrato, Adriana sugere que o consumidor comunique a operadora para fazer falar seus direitos e, em último caso, procure os órgãos de atendimento ao consumidor.
Mas, mesmo estando previsto em contrato, para cortar a internet é preciso que a operadora permita que o usuário possa acompanhar seus usos quando e quantas vezes ele julgar necessário. "Esse controle não pode ser unilateral, como acontece na maioria dos casos", relatou a diretora do Procon-SP.
"Para atender cada vez mais as necessidades e expectativas dos clientes, a Vivo está ajustando seus pacotes de internet móvel pré-paga. O cliente agora navega sempre em alta velocidade, sem o incômodo de o desempenho ser reduzido quando a franquia acaba", disse a Vivo, por meio de uma nota, ao justificar a mudança. A operadora afirmou ainda que a medida será estendida para outras regiões e para os planos pós-pagos nos próximos meses, mas não especificou o cronograma.
Embora não oficializado pela Oi, alguns dos clientes da operadora afirmaram ter recebido um comunicado via SMS sobre o corte do pacote de internet após o término da franquia a partir do dia 8 de dezembro. Por meio de nota, a empresa disse estar "atenta ao mercado e entende que as mudanças nos hábitos de consumo de dados podem afetar a experiência do usuário de internet móvel, gerando uma percepção negativa em relação à navegação no celular". A Oi afirmou ainda que considera o fim da velocidade reduzida, aliada ao novo modelo de cobrança por pacotes adicionais, uma tendência mundial e está avaliando com atenção essa estratégia.
A TIM também se mostrou propensa a seguir o mesmo caminho das concorrentes. Ainda que tenha dito não prever qualquer ajuste, informou por meio de uma nota que está avaliando as diferentes possibilidades. "Estamos atentos às tendências de mercado e acredita que mudanças no formato de tarifação de dados móveis são um movimento natural, em linha com o crescimento contínuo do uso de internet nos celulares e outros dispositivos. Os clientes necessitam de franquias cada vez maiores e de uma experiência de internet de alta qualidade e – nesse contexto – o modelo de redução de velocidade após o consumo dos pacotes pode criar uma percepção negativa do serviço."
Já a Claro afirmou que "está constantemente avaliando formas de oferecer aos seus clientes a melhor experiência em internet móvel do Brasil", mas não se posicionou contra ou a favor ao corte do acesso ao fim do limite da franquia, tampouco se vai ou não aderir ao modelo.
"Ao fim do limite do pacote de dados, as operadoras, ao invés de cortar o serviço, optaram por reduzir a velocidade do acesso. O benefício permite que o usuário, mesmo extrapolando a cota contratada, possa fazer pelo menos o básico, que inclui as mensagens de texto pelo WhatsApp ou a consulta de um e-mail", afirma Eduardo Tude, da consultoria de telecomunicações Teleco, que caracteriza a mudança das operadoras como uma "tendência natural".
Segundo ele, em outros países da América do Norte, da Europa, e da Ásia, o corte é algo natural ao fim da conta contratada. "Ou você contrata um plano adicional ou você fica sem o serviço. Não há outra alternativa." No Brasil, no entanto, a possibilidade do acesso limitado foi adotada com o intuito de disseminar o uso da internet no celular, conta Tude. Postura similar também foi adotada em outros países da América Latina.
A mudança agora proposta pelas operadoras, na opinião de Tude, é um reflexo da mudança da demanda dos próprios usuários. "O benefício já não tem agradado tanto os usuários, que, muitas vezes, reclamam da baixa qualidade do acesso. O que se quer é uma internet cada vez mais veloz", disse ele, que acrescenta: "Além disso, hoje a velocidade mais baixa é disponibilizada pelo uso da rede 2G, mas a tendência é que ela seja eliminada para dar espaço a uma tecnologia de maior capacidade."
Do ponto de vista legal, a mudança também é permitida desde que estabelecida no contrato de prestação de serviço. É o que afirmou Adriana Pereira, diretora de Programas especiais do Procon/SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo). Segundo ela, as operadoras não podem alterar as regras dos contratos em vigência sem a autorização dos clientes.
"Se você já assinou o contrato e o corte não está previsto nele, a operadora é obrigada assegurar que você continue tendo o acesso limitado após o fim do limite da franquia até que o contrato vença", explicou a especialista, que orientou: "Fique atento e não aprove qualquer alteração no contrato caso não esteja de acordo." E, caso o corte for realizado mesmo não estando previsto em contrato, Adriana sugere que o consumidor comunique a operadora para fazer falar seus direitos e, em último caso, procure os órgãos de atendimento ao consumidor.
Mas, mesmo estando previsto em contrato, para cortar a internet é preciso que a operadora permita que o usuário possa acompanhar seus usos quando e quantas vezes ele julgar necessário. "Esse controle não pode ser unilateral, como acontece na maioria dos casos", relatou a diretora do Procon-SP.
Posição das operadoras
A Vivo foi a primeira operadora brasileira a implementar a nova forma de cobrança da internet. Desde a última quinta-feira (6), a modalidade é válida para os usuários do plano pré-pago nos Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os clientes, segundo a empresa, receberão um SMS quando consumo atingir 80% e outro quando atingir 100% do pacote. O pacote adicional de 50 MB custa R$ 2,99 e tem validade de 7 dias."Para atender cada vez mais as necessidades e expectativas dos clientes, a Vivo está ajustando seus pacotes de internet móvel pré-paga. O cliente agora navega sempre em alta velocidade, sem o incômodo de o desempenho ser reduzido quando a franquia acaba", disse a Vivo, por meio de uma nota, ao justificar a mudança. A operadora afirmou ainda que a medida será estendida para outras regiões e para os planos pós-pagos nos próximos meses, mas não especificou o cronograma.
Embora não oficializado pela Oi, alguns dos clientes da operadora afirmaram ter recebido um comunicado via SMS sobre o corte do pacote de internet após o término da franquia a partir do dia 8 de dezembro. Por meio de nota, a empresa disse estar "atenta ao mercado e entende que as mudanças nos hábitos de consumo de dados podem afetar a experiência do usuário de internet móvel, gerando uma percepção negativa em relação à navegação no celular". A Oi afirmou ainda que considera o fim da velocidade reduzida, aliada ao novo modelo de cobrança por pacotes adicionais, uma tendência mundial e está avaliando com atenção essa estratégia.
A TIM também se mostrou propensa a seguir o mesmo caminho das concorrentes. Ainda que tenha dito não prever qualquer ajuste, informou por meio de uma nota que está avaliando as diferentes possibilidades. "Estamos atentos às tendências de mercado e acredita que mudanças no formato de tarifação de dados móveis são um movimento natural, em linha com o crescimento contínuo do uso de internet nos celulares e outros dispositivos. Os clientes necessitam de franquias cada vez maiores e de uma experiência de internet de alta qualidade e – nesse contexto – o modelo de redução de velocidade após o consumo dos pacotes pode criar uma percepção negativa do serviço."
Já a Claro afirmou que "está constantemente avaliando formas de oferecer aos seus clientes a melhor experiência em internet móvel do Brasil", mas não se posicionou contra ou a favor ao corte do acesso ao fim do limite da franquia, tampouco se vai ou não aderir ao modelo.
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