O aumento está em vigor desde a 0h desta sexta (7).
A Folha apurou que a presidente da Petrobras, Graça Foster, havia feito, no encontro, uma apresentação que trazia o percentual de 8%.
Segundo o governo, o reajuste menor -chamado internamente de "simbólico"- deve evitar que a inflação estoure o teto da meta em 2014.
O aumento vinha sendo defendido por especialistas do setor havia vários meses e chegou a ser tema de campanha -até recentemente, a Petrobras vendia no mercado interno combustível por preço menor que o pago pelo produto importado.
A alta, no entanto, não deve ser suficiente para a Petrobras recuperar o prejuízo dos últimos anos com a defasagem dos preços -estimado em R$ 60 bilhões, segundo a corretora Gradual.
O reajuste de ontem fora autorizado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em reunião do Conselho de Administração da empresa, na terça. Mantega é presidente do conselho. Na ocasião, não houve acerto sobre o preço.
O aumento, segundo interlocutores do governo, também serve para sinalizar ao mercado um desejo de fortalecer a Petrobras e praticar uma política de preços mais realista no segundo mandato.
Além das dificuldades de caixa provocadas pela defasagem de preços, a Petrobras tem sua imagem prejudicada pelo escândalo revelado pela Operação Lavo Jato.
As ações preferenciais, as mais negociadas, acumulam queda de 17,7% no ano.
Segundo Adriano Pires, presidente do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), para a Petrobras reverter o prejuízo acumulado ao longo deste ano com a defasagem de preços, os reajustes precisariam ter sido de 20% para a gasolina e para o diesel.
Nas últimas semanas, com a queda do petróleo no mercado internacional, a defasagem foi zerada.
De acordo com Pires, após o reajuste, a gasolina deve ficar 3% mais cara no Brasil do que no golfo americano, enquanto o diesel fica com preço equivalente.
NA BOMBA
O preço nas bombas, que é livre, deverá ser reajustado à medida que novos estoques de combustível cheguem aos postos.
O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), José Alberto Gouveia, estima que o repasse para o consumidor fique "um pouco abaixo" do reajuste aplicado nas refinarias.
"No aumento anterior, que foi de 4% [em 29 de novembro de 2013], o repasse na bomba foi de cerca de 3%."
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POLÍTICA E ECONOMIA