sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Após escândalo da Petrobras, Dilma cogita demitir Sergio Machado

Após o escândalo envolvendo irregularidades na Petrobras revelado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça, a presidente Dilma Rousseff (PT) cogita demitir Sergio Machado da presidência da Transpetro, subsidiária da estatal no setor de logística. 
 
Machado é indicação do PMDB e foi citado pelo ex-diretor em depoimento, na quarta-feira (8), como uma das pessoas que participavam de irregularidades na estatal.
Paulo Roberto disse ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpreto. Segundo o ex-diretor, o pagamento foi referente a licitação de navios pela Transpetro para a área de abastecimento. 

A demissão, se confirmada, fará parte de uma operação para tentar blindar a campanha presidencial da petista das denúncias. 

A presidente teme que os desdobramentos da Operação Lava Jato, que originou a delação premiada do ex-diretor da Petrobras à Justiça, contamine sua reeleição. 

Nesta quinta-feira (9), Machado classificou as acusações de "mentirosas e absurdas".
 
DEPOIMENTOS
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef fizeram acordo de delação premiada e prestaram depoimento à Justiça Federal na quarta-feira (8).

Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma "organização criminosa" atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.

Três partidos se beneficiaram desse esquema: PT, PMDB e PP, segundo os depoentes. O doleiro disse que o intermediário do PMDB era o lobista Fernando Soares e ele próprio cuidava do suborno destinado ao PP.

Foi o primeiro interrogatório de Costa e Youssef após ambos terem feito um acordo de delação premiada. Eles foram presos em março, sob acusação de comandarem um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro no país.
 
DESVIOS DE DINHEIRO
Costa e Youssef apontaram que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, recebia para o partido recursos desviados de obras da estatal. "A ligação era diretamente com ele", disse o ex-diretor da Petrobras.

Vaccari refutou as declarações e disse que todas doações ao PT são feitas dentro da lei.
O suborno na Petrobras, segundo Costa, correspondia a 3% do valor líquido dos contratos da Petrobras
 

Editoria de Arte/Folhapress     
 
 O ex-diretor disse que, desses 3%, 2% ficavam com o PT e 1% ia para o PP, partido que indicou Costa para o cargo na Petrobras em 2004. Ele ficou na estatal até 2012, quando foi demitido pela presidente Dilma.

FOLHA - Uol

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