segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Moro condena dono da Engevix por corrupção e lavagem de dinheiro

petrolão

Regis Filho/Valor

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 02-08-2014: O empresário Gerson de Mello Almada, socio da Engevix, no Fórum Econômico Brasil-Japão, realizada pela Câmera de Comércio e Indústria Japonesa, em São Paulo (SP). (Foto: Regis Filho/Valor)
O executivo Gerson de Mello Almada, da Engevix, condenado a 19 anos de prisão na Lava Jato

14/12/2015 16h33

 Responsável pela Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro condenou nesta segunda-feira (14) o executivo Gerson de Mello Almada, dono da empreiteira Engevix, a 19 anos de prisão e pagamento de multa com valor a ser calculado.

De acordo com o Ministério Público Federal, a Engevix fez pagamentos a empresas do doleiro Alberto Youssef, que forjou notas fiscais para justificar serviços que não foram prestados. Youssef, por sua vez, repassou o dinheiro ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a título de propina.

Almada foi condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Youssef e Paulo Roberto também foram condenados, por corrupção passiva, lavagem e pertinência à organização criminosa. As penas estabelecidas foram, respectivamente, de 19 anos e 2 meses e de 14 anos e 10 meses de prisão —porém, como ambos são delatores, a pena real deverá ser menor.

Preso em novembro do ano passado, na fase da Lava Jato batizada de Juízo Final, Almada havia sido avisado na véspera, por um de seus advogados, sobre a possibilidade de a operação acontecer. Em abril, Almada deixou a carceragem em Curitiba e, desde então, está em prisão domiciliar.

Em sua sentença, Moro rebateu críticas dos advogados de defesa, segundo as quais ele estaria punindo empresas mais que agentes públicos. "Não se trata aqui de aliviar a responsabilidade dos agentes públicos e concentrá-­la nas empreiteiras", escreveu. "A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Ambos são culpados e devem ser punidos."

O juiz federal absolveu outros três diretores da Engevix, Newton Prado Junior, Luiz Roberto Pereira e Carlos Eduardo Strauch Albero. Ele também deixou de condenar Waldomiro de Oliveira, contador das empresas de Alberto Youssef.

Nas alegações finais, a defesa de Gerson de Mello Almada afirmou que houve vazamento seletivo de informações sigilosas, que as delações premiadas não ocorreram de acordo com a lei e que houve violação ao direito de defesa, entre outros argumentos. Todos, no entanto, foram rebatidos por Moro.

A Engevix celebrou diversos contratos com a Petrobras, principalmente ligados à diretoria comandada por Paulo Roberto Costa. Dentre as obras, estão a Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), a Replan (Refinaria de Paulínia), a Regap (Refinaria Gabriel Passos), parte da RNEST (Refinaria Abreu e Lima), a RLAM (Refinaria Landulpho Alves), a RPBC (Refinaria Presidente Bernardes) e parte do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em Itaboraí. 



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