segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Grupo recolhe lixo do mar na Praia de Iracema

Atividade mobilizou instituições para alertar a população sobre a importância de manter a área limpa

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Cerca de 30 mergulhadores voluntários retiraram material submerso na água e alertaram sobre os perigos do lixo à vida marinha e à humana FOTO: KID JÚNIOR 
 
Instituições públicas, privadas e entidades não governamentais uniram-se, ontem, no aterro da Praia de Iracema, durante ação do Dia Nacional de Limpeza de Praias, Rios, Lagos e Lagoas, que em Fortaleza é realizado anualmente no mês de setembro. A iniciativa visa à conscientização da população sobre a importância de manter a praia limpa. Diferentemente das campanhas de limpeza tradicionais, em que são recolhidos dejetos deixados na orla pela população, desta vez o foco foi a retirada do lixo depositado no mar, que vem gerando forte impacto na vida dos seres que ali habitam.

Cerca de 30 mergulhadores, integrantes do projeto Mar do Ceará, colheram materiais submersos na região próxima ao espigão da Rua João Cordeiro. Segundo Lídia Torquato, engenheira de pesca e proprietária do grupo, há quatro anos a instituição vem fazendo atividades semelhantes. "O lixo do mar, por não ser visível, acaba dando a impressão de que não existe. Daí a nossa preocupação em trazer esse lixo para fora, alertar sobre a mortandade de animais marinhos que ele está causando e conscientizar as pessoas para que deem destino correto aos dejetos", ressalta Lídia.

A engenheira de pesca destaca, também, o risco que o lixo no mar causa aos mergulhadores, que ocasionalmente ficam presos em redes de pesca abandonadas, por exemplo. "Já aconteceu de um colega nosso ir soltar um tubarão e ficar enroscado junto com ele na rede". Para evitar situações perigosas, em casos como este, Lídia explica que é regra de segurança não mergulhar sozinho, além de levar facas.

Contaminação
Os animais contaminam-se com o lixo, muitas vezes, ao confundi-lo com alimento. "Tartarugas não sabem distinguir uma coisa da outra e acabam consumindo plástico pensando que é água viva", diz Edilene Oliveira, gerente da célula de educação ambiental da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma).

De acordo com ela, o material, quando não causa a morte, fica impregnado no animal, que deixa de ser saudável, ficando impróprio ao consumo humano.
Para Juaci Araújo, coordenador do Projeto Aquasis, é preciso mudar a cultura da sociedade. "A gente depende do mar como fonte de alimento e de oxigênio, e estamos destruindo esse ambiente silenciosamente. Na rua, existem garis, mas no mar, não".

No trabalho de ontem, foram envolvidas a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Seuma, a Secretaria de Estadual do Meio Ambiente (Semace), a Ecofor Ambiental e as Organizações Não Governamentais (ONGs) Aquasis e Mar do Ceará.

No próximo sábado (20), a Prefeitura realizará ação de limpeza e conscientização na orla e nas principais lagoas de Fortaleza, com dez equipes espalhadas pela cidade.

Fonte: Diário do Nordeste

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