segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PT e PSB querem acesso a delação

Preocupados com o desgaste diário provocado pela PUBLICIDADE delação do ex-diretor da Petrobras, PT e PSB querem ter acesso aos depoimentos de Paulo Roberto Costa para traçar uma estratégia de reação e evitar danos eleitorais.

Assessores presidenciais disseram à Folha que o governo, por meio da Petrobras, vai solicitar a documentação assim que o processo de delação premiada estiver concluído. O problema, diz um deles, é que não há prazo para que isso ocorra.

O temor do governo é que o processo se arraste até o final do primeiro turno, desgastando a imagem de Dilma. Nesse caso, diz um auxiliar da presidente, a candidata à reeleição pode virar "refém dos vazamentos" de informações, sem condições de reagir preventivamente a eles.

Neste domingo (7), a presidente disse que, quando tiver informações detalhadas sobre o caso, tomará "todas as medidas cabíveis", mas negou que seu governo esteja sob suspeita. "[Uma reportagem] não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado", disse a petista.

A campanha petista ainda vai avaliar, por meio de pesquisas, o impacto das acusações na campanha de Dilma para definir uma estratégia de reação no programa eleitoral da candidata.


 
Segundo a revista "Veja", o ex-diretor da Petrobras afirmou, em depoimento, que 12 políticos estiveram envolvidos em esquema de corrupção na estatal.

Costa citou Sérgio Cabral (ex-governador do Rio), Roseana Sarney (governadora do Maranhão), João Vaccari (tesoureiro nacional do PT), Henrique Alves (presidente da Câmara), Renan Calheiros (presidente do Senado), Edison Lobão (ministro de Minas e Energia), Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades de Dilma), os senadores Ciro Nogueira e Romero Jucá, e os deputados Cândido Vaccarezza e João Pizzolatti.

O ex-candidato à Presidência, Eduardo Campos, morto em 13 de agosto, também foi citado como beneficiário.

Vice de Marina, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) assumiu a linha de frente da defesa do ex-governador. Em entrevista ao lado da candidata, foi ele quem falou primeiro das acusações.

"O PSB já requereu acesso ao processo. Ele é sigiloso, mas queremos ler, saber exatamente com detalhes o que foi feito", afirmou. Ele disse que a família de Campos tem sofrido com as suspeitas e que não vai deixar o caso passar sem esclarecimentos.

Em outra frente, os pessebistas vão aproveitar o caso para tentar desqualificar a gestão da estatal durante o governo do PT e argumentar que Campos sempre apoiou investigações de eventuais ilegalidades na empresa.

O relator da CPI da Petrobras no Congresso, deputado Marco Maia (PT-RS) disse que vai requisitar os depoimentos de Costa. "Será a primeira coisa que vamos fazer [pedir o depoimento]. A partir disso, vamos discutir os rumos das investigações. Nosso trabalho é investigar, confrontar e identificar os desmandos da Petrobras."

O deputado Fernando Francischini (SDD-PR) disse que não acredita que o governo permita a aprovação dos requerimentos sobre o compartilhamento das informações do depoimento de Costa. Ainda assim, avalia que as revelações dão novo fôlego ao trabalho da comissão.

"Essa CPI tomou um rumo inesperado. Agora vamos poder investigar os poderosos", afirmou Francischini.

Fonte: Uol

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