Depoimento de José Sérgio Gabrielli à Justiça Federal
Dono de personalidade forte, o petista José Sérgio Gabrielli sempre
fez pose de protagonista. Nesta segunda-feira (15), porém, portou-se
como um figurante nato. Em depoimento conduzido pelo juiz federal Sérgio
Moro, que cuida da Operação Lava Jato, Gabrielli desceu do pedestal de
ex-todo-poderoso da Petrobras para adquirir, com rara pungência, a
simplória miserabilidade de um barnabé.
O magistrado quis saber se
o mensaleiro morto José Janene, ex-líder do PP na Câmara, apadrinhou a
nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da
Petrobras. Gabrielli desconversou. “O processo de indicação de diretor
da Petrobras é exclusivo do Conselho de Administração. É, geralmente,
decidido no âmbito do sócio majoritário.”
Presidia o conselho da
Petrobras na época em que Paulo Roberto foi nomeado a então ministra
Dilma Rousseff. O comandante do governo —ou sócio majoritário— era Lula.
O juiz Moro insistiu: dentro desse procedimento, o senhor afirma que o
ex-deputado José Janene não teve participação? Gabrielli e a torcida do
Flamengo sabem que a resposta correta seria um singelo ‘sim’. Mas o
interrogado, fiel à insignificância que decidira encarnar, afirmou: “Não
posso dizer se teve ou não teve. Não sei.”
Hoje, Gabrielli é
secretário de Planejamento do governo petista da Bahia. Respondeu ao
interrogatório desde Salvador. Falou como testemunha de defesa do
doleiro preso Alberto Youssef. Um sistema de videoconferência permitiu
que o juiz, o advogado de Youssef e o representante do Ministério
Público o inquirissem sem deixar Curitiba, onde correm os processos da
Lava Jato. O vídeo com os 17min15s de interrogatório foi trazido à luz
pelos repórteres Fausto Macedo e Mateus Coutinho.
Submetido
à desconversa de Gabrielli, o magistrado perguntou a mesma coisa com
outras palavras: essas nomeações de diretores da Petrobras não ficam,
por vezes, sujeitas à influência política? Novamente, Gabrielli tomou
distância da encrenca. Sem mencionar-lhes os nomes, acomodou-a no colo
de Dilma e Lula. “A existência de influência política ou não ocorre no
âmbito do governo, não da Petrobras, porque a indicação do diretor é
prerrogativa do Conselho de Administração [leia-se Dilma], onde o
governo tem maioria [entenda-se Lula].”
O juiz perseverou: e no
âmbito do governo, o senhor sabe se o ex-deputado José Janene teve
alguma influência na nomeação de Paulo Roberto Costa? Gabrielli tirou o
corpo fora, como se diz. “Comigo não. Não tive nenhum contato com o
senhor Janene.” E com outras pessoas, ele conversou? “Não tenho
conhecimento.”
O doutor Sérgio Moro recordou que a imprensa
noticiara à farta a presença das digitais do mensaleiro Janene na
escolha de Paulo Roberto Costa. “Olha, isso circulou na imprensa”,
reconheceu Gabrielli. “Mas eu não participei de nenhum processo desse
tipo. Portanto, não posso afirmar nada.”
Se tivesse havido a
interferência de Janene, o senhor, como presidente da Petrobras, teria
tomado conhecimento? Gabrielli engasgou: “Não, eu imagino… a decisão, a
decisão sobre a composição da diretoria é uma decisão que é feita no
âmbito do governo. O presidente da Petrobras é comunicado. As razões e
motivações são problemas internos ao governo.”
No processo de
aparelhamento político da Petrobras, a ordem vem de cima, eis o resumo
da ópera composta por Gabrielli. O presidente da estatal é apenas
informado. E cumpre as ordens sem render ao contribuinte brasileiro e
aos acionistas minoritários a homenagem de um questionamento. Nessa
versão, não há por trás da insignificância de um presidente da Petrobras
uma noção qualquer de honra.
Esse Gabrielli decorativo que falou à
Justiça Federal em nada faz lembrar o Gabrielli taxativo que, de
passagem pela CPI da Petrobras no Senado há quatro meses, respondeu a
“mais de 200 perguntas'' sem deixar dúvida sobre dúvida. Repare no vídeo
abaixo como falava o ex-Gabrielli.
Gabrielli: oposição inventa crise na Petrobras
Fonte: Blog do Josias
Uma observação muito importante para os aposentados do Banco do Brasil, associados da PREVI, no vídeo acima o traidor: senador zé pimentel "fala" defendendo a gangue dele.
A nota é só para lembrar a responsabilidade do nosso voto nestas eleições.
A nota é só para lembrar a responsabilidade do nosso voto nestas eleições.
Insulta à mais rudimentar inteligência. Vamos tirar esses políticos da toca na próxima eleição. Qualquer outro serve.
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