terça-feira, 18 de agosto de 2015

Polícia Federal apura possível invasão a gabinete do Ministro da Justiça

Antonio Lacerda/Efe
BRA03. RIO DE JANEIRO (BRASIL), 31/07/15.- O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo participa de ato hoje, 31 de julho, devolução à Petrobrás o valor de 69 milhões de reais, dinheiro recuperado pela Operação Lava-Jato. EFE/ Antonio Lacerda. ORG XMIT: BRA
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo

A Polícia Federal investiga uma possível invasão ao gabinete do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que teria ocorrido em 26 de julho, um domingo, quando a sala principal do Palácio da Justiça costuma ficar vazia.

O Ministério da Justiça enviou um documento na segunda-feira (27) ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para comunicar a suposta "violação de espaços restritos do prédio" –o gabinete ministerial

No documento enviado à PF, a pasta solicita a apuração dos fatos e a adoção de medidas cabíveis.

Na manhã daquela segunda, ao chegarem para trabalhar, servidores do ministério notaram que uma das portas do gabinete de Cardozo estava aberta. Perceberam ainda que o computador que fica sobre a mesa do ministro estava ligado.

A máquina da sala do chefe de gabinete de Cardozo, Márcio Lopes de Freitas Filho, também estava ligada.

O ministro ainda não havia chegado ao Palácio da Justiça e, ao ser informado do cenário, ordenou que a Polícia Federal fosse comunicada imediatamente.

Segundo a Folha apurou, servidores do ministério e integrantes da Polícia Federal acreditam que pode ter havido o comprometimento de dados do computador do gabinete do ministro.

Procurados para comentar, Cardozo e a PF disseram que não vão se pronunciar a respeito do caso.

SEGURANÇA

Cardozo conta com um forte aparato de proteção em Brasília e em seus deslocamentos. São dezenas de homens treinados pela Polícia Federal que trabalham para garantir sua integridade.

O ministro, que está há quatro anos e meio à frente da pasta, tem sob seu guarda-chuva, além da PF, outros órgãos de segurança, como a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Polícia Rodoviária Federal.

Atualmente, a PF é a responsável, junto com o Ministério Público Federal, pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

Petistas acusam Cardozo de não controlar a PF e já pediram a troca do ministro diante do avanço das investigações sobre os expoentes do PT. Ele, por sua vez, manifestou a amigos o desejo de deixar o governo, mas acertou com a presidente Dilma Rousseff sua permanência pelo menos até o fim do ano.

No mês passado, Cardozo foi convocado a depor na CPI da Petrobras por parlamentares que queriam ouvir dele explicações sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da PF em Curitiba.

Dois policiais federais ouvidos pela CPI afirmaram que o grampo foi instalado sem autorização judicial na cela do doleiro, um dos principais agentes do esquema de desvio de dinheiro da estatal.

Cardozo sempre refutou qualquer interferência na Polícia Federal e diz que o órgão age com independência. 



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