Dividindo a conta Com a resistência dos
presidentes da Câmara e do Senado e a recusa de Michel Temer de
trabalhar pela volta da CPMF, o Planalto aposta na situação crítica das
finanças estaduais para fazer avançar no Congresso o projeto que recria a
contribuição. Mas apesar de algumas manifestações favoráveis,
governadores, e não só de oposição, se recusam a pagar a fatura política
da negociação. “Se a ajuda deles for semelhante à que deram no ajuste
fiscal, não avança um milímetro”, diz um ministro.
Solo seco De um cacique peemedebista sobre a recriação do tributo: “A exumação da CPMF pode enterrar Dilma de vez no volume morto”.
Dobrar a meta Aliados de Dilma veem no caso da CPMF a
certeza de um duplo desgaste para o governo: o de ter anunciado a ideia
sem combinar e o do provável recuo num futuro próximo.
Rota de fuga “Dilma esqueceu uma regra básica: antes
de entrar no recinto, veja se ele tem uma porta de saída”, diz um
ministro descrente no avanço da proposta.
O pulso Interlocutores de Joaquim Levy dizem que o
titular da Fazenda reconhece que a falta de negociação e o prazo
apertado entre a decisão de recriar o tributo e o envio do projeto ao
Congresso dificultam sua tramitação.
UTI Segundo colegas, Levy afirma que não havia outra saída diante da queda da arrecadação de R$ 150 bilhões em relação à previsão.
Puxa a outra Os empresários presentes ao jantar com
Temer na quinta-feira, em São Paulo, foram unânimes em dizer que a crise
política agrava a econômica.
Sem luz “Estamos indo em direção ao caos. Precisamos
de uma medida política forte. Não vejo a gente caminhando para um
caminho coerente”, discursou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Sobremesa Nenhum empresário falou sobre a Operação
Lava Jato. Coube ao vice-presidente incluir a investigação do escândalo
como fator de agravamento do quadro.
30 em 1 Benjamin Steinbruch, presidente da CSN,
disse que Dilma “apresenta 30 propostas, mas não consegue aprovar uma”. E
emendou: “Não sei se algum país já teve a congruência de tantos fatores
negativos. Precisamos de um alento para ontem”.
Faltou combinar A declaração de Aécio Neves de que
Eduardo Cunha deve deixar a presidência da Câmara caso se torne réu na
Lava Jato causou desconforto na bancada do PSDB na Casa.
Desagravo Deputados chegaram a procurar o peemedebista para dizer que o senador iria se explicar publicamente, o que não ocorreu.
No muro Aliados de Cunha acionaram tucanos para
saber se a posição do partido havia mudado. Ouviram que não havia
decisão nesse sentido e que a fala de Aécio –que preside o partido–
tinha sido um “escorregão”.
Radar De um usuário do Twitter ao postar foto do
“Lula inflado”, boneco do ex-presidente vestido de presidiário, na ponte
Estaiada da marginal Pinheiros: “Valeu, Haddad! A 50 km/h dá para tirar
foto do seu chefe inflado”.
Hermano José Mujica, ex-presidente do Uruguai,
almoçou nesta sexta em São Bernardo com o prefeito Luiz Marinho e o
ex-ministro Gilberto Carvalho. Pregou a “união e o fortalecimento dos
partidos de esquerda” na crise.
Esperança As defesas dos convocados a prestar
depoimento na CPI da Petrobras alimentavam a esperança de que o juiz
Sérgio Moro decidisse que eles não precisariam comparecer à comissão.
Passe livre Moro havia dado sinais de que colocaria
obstáculos à ida dos investigados a Brasília, pelo custo da operação.
Mas como os integrantes da CPI vão a Curitiba, o juiz não interferirá.
TIROTEIO
A CPMF é um remédio amargo, mas sem ele, com o desequilíbrio das contas públicas, a sociedade pagará um preço ainda maior.
DE JAIRO JORGE (PT), prefeito de Canoas (RS), sobre a proposta do governo Dilma de recriar o imposto sobre transações bancárias.
CONTRAPONTO
Ligeirinho
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE),
concedeu entrevista coletiva, na quinta-feira, sobre as propostas de
partidos aliados para a Agenda Brasil de Renan Calheiros (PMDB-AL). Ao
seu lado, Chico Alencar (PSOL-RJ) esperava a conversa acabar para
apresentar a lista de deputados que pedem a saída de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) da presidência da Câmara.
Antes de encerrar a entrevista, Guimarães fez elogios ao PSOL. Alencar rebateu com bom-humor:
–Já que é assim, assine a lista do Cunha!
Guimarães saiu em disparada, deixando o ex-colega de partido sem resposta.
Antes de encerrar a entrevista, Guimarães fez elogios ao PSOL. Alencar rebateu com bom-humor:
–Já que é assim, assine a lista do Cunha!
Guimarães saiu em disparada, deixando o ex-colega de partido sem resposta.
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