quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Governo quer usar empresários para fazer interlocução com Cunha


Mediação privada Apesar de já não alimentar expectativa de recompor boas relações com a Câmara, o governo acredita que uma pauta focada na melhoria do ambiente de investimento empresarial no país é a única que pode permitir ao Planalto sobreviver até o fim do ano legislativo sem derrotas mais significativas. A articulação política de Dilma Rousseff conta com a ascendência do setor privado sobre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para estabelecer pontos mínimos de convergência.


Favorito 1 Enquanto o governo assopra, o PT morde: Cunha será alvo dos atos de quinta, organizado por movimentos sociais e sindicatos, com o apoio do partido.

Favorito 2 Em contraponto às manifestações de domingo, que pediram a saída de Dilma, os militantes levarão cartazes de “fora Cunha”.

Corta pra ele Querem mostrar que, dia 16, “quando bradavam contra a corrupção, as pessoas se esqueceram do presidente da Câmara, que já apareceu nas investigações da Lava Jato”, diz um dos organizadores.

Line up Antes de definir o roteiro do ato em São Paulo, que sai do Largo da Batata rumo à avenida Paulista, a organização cogitou terminar a manifestação em frente à sede da Rede Globo. Pesou a visibilidade e a menor distância do percurso escolhido.

Bate-cabeça O tom dos atos tem rendido discussões entre os organizadores. Enquanto parte dos movimentos defende que se saia às ruas em defesa de Dilma, o MTST quer se descolar do apoio ao governo, batendo no ajuste fiscal de Joaquim Levy (Fazenda) e na Agenda Brasil de Renan Calheiros.

Vizinho Empresários que se reuniram com Renan para pedir mudanças na reoneração deixaram o encontro dizendo que o peemedebista até aceitaria alterar o projeto, mas, assim como o Planalto, teme sua volta à Câmara.

Solista A um deputado aliado, Cunha disse que não está disposto a “secundar” o presidente do Senado na tarefa de blindar Dilma.

Minions em ação Líderes de partidos aliados a Cunha se dispuseram a também assinar o recurso que deve ser apresentado ao STF nesta quarta-feira contra a decisão de anular o julgamento das contas presidenciais na Casa.

Luz do sol Deputados tucanos entusiastas da saída de Dilma viram a declaração de Fernando Henrique Cardoso como uma tentativa de melar a aproximação de Renan Calheiros com o governo.

Entrelinhas O ex-presidente também teria como alvo sinalizar a Cunha que o PSDB está disposto a defender o impeachment na Câmara.

Melhor assim Integrantes do TCU passaram a defender uma alteração na análise das contas presidenciais daqui para a frente: querem que o Palácio do Planalto seja escutado na fase inicial, antes de manifestação do tribunal.
APODE1908PAINEL
É pouco? Ricardo Lewandowski foi vítima de protestos no voo entre São Paulo e Brasília e no desembarque nesta terça. Servidores do Judiciário insatisfeitos com reajuste de 40% escalonado esperavam o presidente do STF com faixas, cartazes e megafones.

Top 10 Na reunião com Dilma e ministros na segunda, no Alvorada, Antonio Bulhões (PRB-SP), um dos vice-líderes do governo, entregou à presidente lista com dez justificativas para o descontrole da base no Congresso.

Bic Referindo-se ao ministério do Esporte, que está com o partido, disse que a presidente deu a caneta a George Hilton, mas não tinta.

Alô A senadora Marta Suplicy ligou para Gabriel Chalita nesta terça-feira, três dias depois de selar com Michel Temer sua filiação ao PMDB, partido do secretário de Educação de Haddad. Devem se encontrar nos próximos dias.


TIROTEIO

Outra pérola da arrogância higienopolista de FHC. Quem é ele para sugerir que alguém peça desculpas ao país, ou que renuncie?

DE ALEXANDRE PADILHA (PT), secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de SP, sobre o ex-presidente ter defendido a renúncia de Dilma.


CONTRAPONTO

Embargos familiares

Em palestra no iFHC nesta segunda, o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso comentava sua posição no julgamento dos embargos infringentes do mensalão.
— O crime de quadrilha ou bando estava prescrito, era preciso fazer um malabarismo jurídico de majoração da pena que eu teria vergonha de justificar.

Em seguida, começou a falar sobre as pressões que sofreu para votar contra a sua consciência.

— A opinião pública cobrava? Cobrava. A imprensa cobrava? Cobrava.

E em seguida completou, para gargalhada geral:
–Minha sogra cobrava. É muito pior que a imprensa!

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