Mediação privada Apesar de já não alimentar
expectativa de recompor boas relações com a Câmara, o governo acredita
que uma pauta focada na melhoria do ambiente de investimento empresarial
no país é a única que pode permitir ao Planalto sobreviver até o fim do
ano legislativo sem derrotas mais significativas. A articulação
política de Dilma Rousseff conta com a ascendência do setor privado
sobre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para estabelecer
pontos mínimos de convergência.
Favorito 1 Enquanto o governo assopra, o PT morde:
Cunha será alvo dos atos de quinta, organizado por movimentos sociais e
sindicatos, com o apoio do partido.
Favorito 2 Em contraponto às manifestações de domingo, que pediram a saída de Dilma, os militantes levarão cartazes de “fora Cunha”.
Corta pra ele Querem mostrar que, dia 16, “quando
bradavam contra a corrupção, as pessoas se esqueceram do presidente da
Câmara, que já apareceu nas investigações da Lava Jato”, diz um dos
organizadores.
Line up Antes de definir o roteiro do ato em São
Paulo, que sai do Largo da Batata rumo à avenida Paulista, a organização
cogitou terminar a manifestação em frente à sede da Rede Globo. Pesou a
visibilidade e a menor distância do percurso escolhido.
Bate-cabeça O tom dos atos tem rendido discussões
entre os organizadores. Enquanto parte dos movimentos defende que se
saia às ruas em defesa de Dilma, o MTST quer se descolar do apoio ao
governo, batendo no ajuste fiscal de Joaquim Levy (Fazenda) e na Agenda
Brasil de Renan Calheiros.
Vizinho Empresários que se reuniram com Renan para
pedir mudanças na reoneração deixaram o encontro dizendo que o
peemedebista até aceitaria alterar o projeto, mas, assim como o
Planalto, teme sua volta à Câmara.
Solista A um deputado aliado, Cunha disse que não está disposto a “secundar” o presidente do Senado na tarefa de blindar Dilma.
Minions em ação Líderes de partidos aliados a Cunha
se dispuseram a também assinar o recurso que deve ser apresentado ao STF
nesta quarta-feira contra a decisão de anular o julgamento das contas
presidenciais na Casa.
Luz do sol Deputados tucanos entusiastas da saída de
Dilma viram a declaração de Fernando Henrique Cardoso como uma
tentativa de melar a aproximação de Renan Calheiros com o governo.
Entrelinhas O ex-presidente também teria como alvo sinalizar a Cunha que o PSDB está disposto a defender o impeachment na Câmara.
Melhor assim Integrantes do TCU passaram a defender
uma alteração na análise das contas presidenciais daqui para a frente:
querem que o Palácio do Planalto seja escutado na fase inicial, antes de
manifestação do tribunal.
É pouco? Ricardo Lewandowski foi vítima de protestos
no voo entre São Paulo e Brasília e no desembarque nesta terça.
Servidores do Judiciário insatisfeitos com reajuste de 40% escalonado
esperavam o presidente do STF com faixas, cartazes e megafones.
Top 10 Na reunião com Dilma e ministros na segunda,
no Alvorada, Antonio Bulhões (PRB-SP), um dos vice-líderes do governo,
entregou à presidente lista com dez justificativas para o descontrole da
base no Congresso.
Bic Referindo-se ao ministério do Esporte, que está
com o partido, disse que a presidente deu a caneta a George Hilton, mas
não tinta.
Alô A senadora Marta Suplicy ligou para Gabriel
Chalita nesta terça-feira, três dias depois de selar com Michel Temer
sua filiação ao PMDB, partido do secretário de Educação de Haddad. Devem
se encontrar nos próximos dias.
TIROTEIO
Outra pérola da arrogância higienopolista de FHC. Quem é ele para sugerir que alguém peça desculpas ao país, ou que renuncie?
DE ALEXANDRE PADILHA (PT), secretário de Relações Governamentais da
Prefeitura de SP, sobre o ex-presidente ter defendido a renúncia de
Dilma.
CONTRAPONTO
Embargos familiares
Em palestra no iFHC nesta segunda, o ministro do Supremo Luís Roberto
Barroso comentava sua posição no julgamento dos embargos infringentes
do mensalão.
— O crime de quadrilha ou bando estava prescrito, era preciso fazer um malabarismo jurídico de majoração da pena que eu teria vergonha de justificar.
— O crime de quadrilha ou bando estava prescrito, era preciso fazer um malabarismo jurídico de majoração da pena que eu teria vergonha de justificar.
Em seguida, começou a falar sobre as pressões que sofreu para votar contra a sua consciência.
— A opinião pública cobrava? Cobrava. A imprensa cobrava? Cobrava.
E em seguida completou, para gargalhada geral:
–Minha sogra cobrava. É muito pior que a imprensa!
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POLÍTICA E ECONOMIA