Receita de Lula para salvar Dilma
Está nas mãos da presidente Dilma Rousseff a chance de escapar da degola. Ou da hemorragia que a levará a se esvair até o último dia do seu mandato. Basta que concorde com tudo o que seu Lula mandar.
É assim que pensam os que rodeiam Lula, e ele. Mas que se apresse porque o tempo passa, a Lusitana roda e daqui a pouco nem mesmo Lula, o aspirante a milagreiro, conseguirá operar o milagre prometido.
Esqueçamos que, outro dia, Lula fez pesadas críticas a Dilma. Acusou-a, por exemplo, de ter mentido durante a última campanha eleitoral. Como se ele fizesse política sem mentir.
Acusou-a de fazer um governo de surdos, distante dos chamados movimentos sociais. E de estar, em resumo, no “volume morto”. Assim como o PT estaria abaixo do “volume morto”.
Não quis relembrar as críticas, mas relembrei. Era tentador! Asiante.
Lula ainda vê uma forma de, salvando Dilma – quem sabe? –, salvar o projeto de continuidade do PT no poder. Passaria por uma série de providências.
A primeira: uma reforma ministerial ampla, geral e irrestrita. Para reforçar a presença de partidos aliados no governo, mesmo que à custa do sacrifício do PT.
Sairia Aloizio Mercadante da chefia da Casa Civil da presidência da República. No lugar dele entraria Jaques Wagner, atual ministro da Defesa.
Sairia do Ministério da Justiça José Eduardo Cardoso, e entraria Michel Temer, vice-presidente da República.
Sairia da Secretaria-Geral da presidência da República Miguel Rosseto, e entraria Gilberto Carvalho, amigo de fé, irmão de Lula, camarada.
Sairia Pepe Vargas, ministro da Secretaria de Direitos Humanos do Brasil, para a entrada de qualquer outro.
Eliseu Padilha, ministro da Viação Civil, assumiria o ministério das Relações Institucionais.
O jornalista Franklin Martins substituiria Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social, ex-tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado, e enrolado com a Operação Lava Jato.
Aproximação com o PSDB? Aproxime-se pra lá! O trunfo é pau, ô meu! Nada de demonstrar fraqueza.
Reduzir o número de ministérios? Nem pensar. A economia não significaria grande coisa.
Seria reaberta a temporada de loteamento de cargos no governo e de pagamento de obras construídas nos redutos eleitorais dos parlamentares. Velharia? Mas funciona, não duvide.
Eduardo Cunha: venha para cá, meu velho!
Sinto muito, Dr. Levy, mas o senhor perderia o emprego porque virou o ministro símbolo da rendição do PT ao arrocho.
Entraria outro para manter a mesma política, entendendo, porém, que de nada servirá mantê-la se isso implicar na queda do governo.
Algum dinheiro irrigaria os cofres dos movimentos sociais. E, sem grandes custos, seriam feitos acenos demagógicos para o populacho.
Quanto a Lula...
Em caso extremo, observadas essas e outras condições inconfessáveis de público, ele iria para o sacrifício de assumir algum ministério.
O das Relações Exteriores, não. Ficaria obrigado a viajar muito por aí com a imprensa em seu encalço.
O ministério da Defesa? O lugar seria adequado, sim, para um ex-presidente da República. E o livraria das garras do juiz Sérgio Moro.
Quanto a Dilma...
É para dizer a verdade? Dilma continuaria desempenhando todos os papéis de representação que cabem a um presidente. Aumentaria sua agenda de viagens ao exterior e aos Estados.
Mas na prática deixaria que Lula, com a discrição possível, coordenasse o governo. Ou melhor: governasse.
É pegar ou largar! Se não pegar, olha o Temer aí, gente!
É assim que pensam os que rodeiam Lula, e ele. Mas que se apresse porque o tempo passa, a Lusitana roda e daqui a pouco nem mesmo Lula, o aspirante a milagreiro, conseguirá operar o milagre prometido.
Esqueçamos que, outro dia, Lula fez pesadas críticas a Dilma. Acusou-a, por exemplo, de ter mentido durante a última campanha eleitoral. Como se ele fizesse política sem mentir.
Acusou-a de fazer um governo de surdos, distante dos chamados movimentos sociais. E de estar, em resumo, no “volume morto”. Assim como o PT estaria abaixo do “volume morto”.
Não quis relembrar as críticas, mas relembrei. Era tentador! Asiante.
Lula ainda vê uma forma de, salvando Dilma – quem sabe? –, salvar o projeto de continuidade do PT no poder. Passaria por uma série de providências.
A primeira: uma reforma ministerial ampla, geral e irrestrita. Para reforçar a presença de partidos aliados no governo, mesmo que à custa do sacrifício do PT.
Sairia Aloizio Mercadante da chefia da Casa Civil da presidência da República. No lugar dele entraria Jaques Wagner, atual ministro da Defesa.
Sairia do Ministério da Justiça José Eduardo Cardoso, e entraria Michel Temer, vice-presidente da República.
Sairia da Secretaria-Geral da presidência da República Miguel Rosseto, e entraria Gilberto Carvalho, amigo de fé, irmão de Lula, camarada.
Sairia Pepe Vargas, ministro da Secretaria de Direitos Humanos do Brasil, para a entrada de qualquer outro.
Eliseu Padilha, ministro da Viação Civil, assumiria o ministério das Relações Institucionais.
O jornalista Franklin Martins substituiria Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social, ex-tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado, e enrolado com a Operação Lava Jato.
Aproximação com o PSDB? Aproxime-se pra lá! O trunfo é pau, ô meu! Nada de demonstrar fraqueza.
Reduzir o número de ministérios? Nem pensar. A economia não significaria grande coisa.
Seria reaberta a temporada de loteamento de cargos no governo e de pagamento de obras construídas nos redutos eleitorais dos parlamentares. Velharia? Mas funciona, não duvide.
Eduardo Cunha: venha para cá, meu velho!
Sinto muito, Dr. Levy, mas o senhor perderia o emprego porque virou o ministro símbolo da rendição do PT ao arrocho.
Entraria outro para manter a mesma política, entendendo, porém, que de nada servirá mantê-la se isso implicar na queda do governo.
Algum dinheiro irrigaria os cofres dos movimentos sociais. E, sem grandes custos, seriam feitos acenos demagógicos para o populacho.
Quanto a Lula...
Em caso extremo, observadas essas e outras condições inconfessáveis de público, ele iria para o sacrifício de assumir algum ministério.
O das Relações Exteriores, não. Ficaria obrigado a viajar muito por aí com a imprensa em seu encalço.
O ministério da Defesa? O lugar seria adequado, sim, para um ex-presidente da República. E o livraria das garras do juiz Sérgio Moro.
Quanto a Dilma...
É para dizer a verdade? Dilma continuaria desempenhando todos os papéis de representação que cabem a um presidente. Aumentaria sua agenda de viagens ao exterior e aos Estados.
Mas na prática deixaria que Lula, com a discrição possível, coordenasse o governo. Ou melhor: governasse.
É pegar ou largar! Se não pegar, olha o Temer aí, gente!
No Planalto, desconfiança permanece em relação a Temer
No entorno mais próximo da presidente Dilma Rousseff, ainda há forte desconfiança em relação ao vice-presidente Michel Temer, depois que ele ensaiou assumir o protagonismo para a solução da crise política no país. Os auxiliares petistas mais próximos ainda não digeriram o pronunciamento em que o vice afirmou que o país precisa de alguém que possa reunificar a todos.
Essa desconfiança permanece mesmo depois de ele já ter entregue o cargo de articulador político na quinta-feira passada, e Dilma ter recusado.
Ontem, apesar do entrosamento de Temer na reunião do conselho político no Palácio do Alvorada, a avaliação de um ministro petista feita ao Blog é que o "cristal foi quebrado" e que a partir de agora Dilma sempre ficará com um pé atrás em relação a Temer.
Esse núcleo mais próximo de Dilma avalia ainda que não dá para ficar exclusivamente dependente de Temer e do PMDB nesse momento de crise de governabilidade e que o PT precisa agir em paralelo na articulação política para não ficar nas mãos do vice-presidente.
No entorno mais próximo da presidente Dilma Rousseff, ainda há forte desconfiança em relação ao vice-presidente Michel Temer, depois que ele ensaiou assumir o protagonismo para a solução da crise política no país. Os auxiliares petistas mais próximos ainda não digeriram o pronunciamento em que o vice afirmou que o país precisa de alguém que possa reunificar a todos.
Essa desconfiança permanece mesmo depois de ele já ter entregue o cargo de articulador político na quinta-feira passada, e Dilma ter recusado.
Ontem, apesar do entrosamento de Temer na reunião do conselho político no Palácio do Alvorada, a avaliação de um ministro petista feita ao Blog é que o "cristal foi quebrado" e que a partir de agora Dilma sempre ficará com um pé atrás em relação a Temer.
Esse núcleo mais próximo de Dilma avalia ainda que não dá para ficar exclusivamente dependente de Temer e do PMDB nesse momento de crise de governabilidade e que o PT precisa agir em paralelo na articulação política para não ficar nas mãos do vice-presidente.
Dilma aguarda nova lista de Janot para iniciar reforma ministerial
Apesar da pressão que deve ser reforçada hoje na reunião de coordenação política, a presidente Dilma Rousseff quer aguardar a nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desta vez com os políticos denunciados da Operação Lava Jato, para deflagrar uma reforma ministerial.
Dilma tem sido cobrada por aliados petistas e até pelo ex-presidente Lula a refazer o desenho da Esplanada dos Ministérios e com isso recuperar apoio da base aliada no Congresso.
A presidente, contudo, quer ter um quadro mais claro das investigações sobre a corrupção na Petrobras para evitar nomeações de políticos envolvidos no esquema.
No final do ano passado, Dilma já havia feito isso quando deixou para a última hora o anúncio da equipe ministerial do novo governo e mesmo assim só anunciou Henrique Eduardo Alves para o Turismo depois que ele foi excluído da lista de investigados de Janot.
Já outro aliado, o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, do PP, ficou de fora do ministério, porque seu nome foi incluído nos inquéritos da Lava Jato.
A divulgação da lista é aguardada para este mês de agosto.
Apesar da pressão que deve ser reforçada hoje na reunião de coordenação política, a presidente Dilma Rousseff quer aguardar a nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desta vez com os políticos denunciados da Operação Lava Jato, para deflagrar uma reforma ministerial.
Dilma tem sido cobrada por aliados petistas e até pelo ex-presidente Lula a refazer o desenho da Esplanada dos Ministérios e com isso recuperar apoio da base aliada no Congresso.
A presidente, contudo, quer ter um quadro mais claro das investigações sobre a corrupção na Petrobras para evitar nomeações de políticos envolvidos no esquema.
No final do ano passado, Dilma já havia feito isso quando deixou para a última hora o anúncio da equipe ministerial do novo governo e mesmo assim só anunciou Henrique Eduardo Alves para o Turismo depois que ele foi excluído da lista de investigados de Janot.
Já outro aliado, o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, do PP, ficou de fora do ministério, porque seu nome foi incluído nos inquéritos da Lava Jato.
A divulgação da lista é aguardada para este mês de agosto.
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