Atividade mobilizou instituições para alertar a população sobre a importância de manter a área limpa
Cerca de 30 mergulhadores voluntários retiraram material submerso
na água e alertaram sobre os perigos do lixo à vida marinha e à humana FOTO: KID JÚNIOR
Instituições públicas, privadas e entidades não governamentais
uniram-se, ontem, no aterro da Praia de Iracema, durante ação do Dia
Nacional de Limpeza de Praias, Rios, Lagos e Lagoas, que em Fortaleza é
realizado anualmente no mês de setembro. A iniciativa visa à
conscientização da população sobre a importância de manter a praia
limpa. Diferentemente das campanhas de limpeza tradicionais, em que são
recolhidos dejetos deixados na orla pela população, desta vez o foco foi
a retirada do lixo depositado no mar, que vem gerando forte impacto na
vida dos seres que ali habitam.
Cerca de 30 mergulhadores, integrantes do projeto Mar do Ceará,
colheram materiais submersos na região próxima ao espigão da Rua João
Cordeiro. Segundo Lídia Torquato, engenheira de pesca e proprietária do
grupo, há quatro anos a instituição vem fazendo atividades semelhantes.
"O lixo do mar, por não ser visível, acaba dando a impressão de que não
existe. Daí a nossa preocupação em trazer esse lixo para fora, alertar
sobre a mortandade de animais marinhos que ele está causando e
conscientizar as pessoas para que deem destino correto aos dejetos",
ressalta Lídia.
A engenheira de pesca destaca, também, o risco que o lixo no mar causa
aos mergulhadores, que ocasionalmente ficam presos em redes de pesca
abandonadas, por exemplo. "Já aconteceu de um colega nosso ir soltar um
tubarão e ficar enroscado junto com ele na rede". Para evitar situações
perigosas, em casos como este, Lídia explica que é regra de segurança
não mergulhar sozinho, além de levar facas.
Contaminação
Os animais contaminam-se com o lixo, muitas vezes, ao confundi-lo com
alimento. "Tartarugas não sabem distinguir uma coisa da outra e acabam
consumindo plástico pensando que é água viva", diz Edilene Oliveira,
gerente da célula de educação ambiental da Secretaria Municipal de
Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma).
De acordo com ela, o material, quando não causa a morte, fica
impregnado no animal, que deixa de ser saudável, ficando impróprio ao
consumo humano.
Para Juaci Araújo, coordenador do Projeto Aquasis, é preciso mudar a
cultura da sociedade. "A gente depende do mar como fonte de alimento e
de oxigênio, e estamos destruindo esse ambiente silenciosamente. Na rua,
existem garis, mas no mar, não".
No trabalho de ontem, foram envolvidas a Prefeitura de Fortaleza, por
meio da Seuma, a Secretaria de Estadual do Meio Ambiente (Semace), a
Ecofor Ambiental e as Organizações Não Governamentais (ONGs) Aquasis e
Mar do Ceará.
No próximo sábado (20), a Prefeitura realizará ação de limpeza e
conscientização na orla e nas principais lagoas de Fortaleza, com dez
equipes espalhadas pela cidade.
Fonte: Diário do Nordeste
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