O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, personagem central
de uma investigação da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público
Federal) sobre suposto esquema de corrupção na estatal, revelou a
procuradores e fontes consultadas pela "IstoÉ" pelo menos quatro novos
nomes, de acordo com a revista.
Eles constariam, segundo a
reportagem, na lista de políticos que receberam propina em um esquema de
desvio de dinheiro público da estatal a partir de contratos
superfaturados.
A matéria da "IstoÉ", publicada na noite desta
sexta-feira (12), cita os nomes do governador do Ceará, Cid Gomes
(Pros); do senador e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul,
Delcídio do Amaral (PT); do senador e candidato a vice-governador no
Rio, Francisco Dornelles (PP); e do deputado federal e candidato à
reeleição no Rio Eduardo Cunha (PMDB).
A revista não apresentou documentos nem especificou as circunstâncias em que os nomes foram citados.
'Não sei quem é Paulo Roberto', diz Cid Gomes
Ao UOL,
a assessoria de Cid Gomes argumentou que as informações contidas na
matéria são apenas boatos. Por meio de sua assessoria, o governador do
Ceará corroborou palavras ditas à reportagem da "IstoÉ": "Não sei quem é
Paulo Roberto. Nunca estive com esse cidadão e sou vítima de uma
armação de adversários políticos". Por fim, informou que pretende
processar a revista por calúnia.
A assessoria de Delcídio do
Amaral também informou que "já está tomando providências cabíveis"
contra o veículo de comunicação. O petista negou todas as acusações e
classificou a matéria como "esdrúxula".
Cunha, em seu Twitter,
afirmou ontem (12) que o seu nome foi "citado a esmo" [sic] e "de forma
leviana" na reportagem. "Óbvio que desafio a mostrar qualquer fato
real", escreveu o peemedebista. O deputado federal declarou, ainda, que
vai processar a revista e que não foi procurado para dar a sua versão.
Dornelles, por sua vez, não foi localizado pela reportagem do UOL. De acordo com com a "Isto É", o senador fluminense também negou as acusações.
Delação premiada
O relato de Costa, que comandou a seção de Abastecimento e Refino da
Petrobras de 2004 a 2012, à Polícia Federal é resultante de uma delação
premiada negociada com procuradores federais.
O ex-dirigente da
estatal --investigado pela Operação Lava Jato da PF, que apura esquema
bilionário de lavagem de dinheiro-- está preso desde junho.
As
gravações com os depoimentos de Costa foram divulgadas em reportagem da
revista "Veja" em 6 de setembro. A revista citou, na ocasião, 12 nomes
de políticos como beneficiários do esquema.
Segundo a "Veja", o ex-diretor citou um ministro, três governadores, seis senadores e pelo menos 25 deputados.
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