sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dilma quer mudar 60% da equipe e tirar espaço do PT

Com desafios para superar na economia e na política, a presidente Dilma Rousseff fará a mais ambiciosa reforma ministerial de seu governo. Ela pretende reduzir o espaço do PT na Esplanada e mudar cerca de 60% dos cargos de primeiro escalão. 
 
As negociações para a mudança na equipe que inaugurará o segundo mandato não começaram para a maioria dos postos. A única operação já em curso é para a escolha do titular da Fazenda. 

Dilma tem conversado pouco sobre os seus planos para a equipe econômica. Na semana que vem, pretende falar com o ex-presidente Lula. Entretanto, seus subordinados duvidam de uma definição nos próximos dias. 

Segundo assessores presidenciais, dois critérios vão pesar na escolha da nova equipe: representatividade política (o ministro terá de controlar sua bancada no Congresso) ou notabilidade na área em que for comandar. 



Em diálogos recentes, Lula avisou a petistas que Dilma tem de repaginar seu ministério de maneira profunda e que o espaço do PT deve ser sacrificado com os futuros remanejamentos e demissões. 

O PT, por exemplo, reconhece que pode perder Fazenda e Educação, duas pastas nas mãos da sigla desde 1º de janeiro de 2003. 

Nenhuma das apostas para liderar a equipe econômica é filiado à legenda. Entre os mais citados estão Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central no governo Lula), nome apoiado pelo ex-presidente; Nelson Barbosa (ex-número 2 da Fazenda na gestão Dilma), alternativa que tem a simpatia do PT e de empresários; e Alexandre Tombini, atual chefe do BC. 

Auxiliares diretos da presidente têm dúvidas sobre a indicação de Meirelles, nome descartado por Dilma em reformas anteriores. 

Esses interlocutores lembram que, durante a campanha, a então candidata fez um discurso muito forte contra banqueiros, e que pegaria mal nomear "um deles" agora. Outros auxiliares ponderam que a escolha de alguém chancelado pelo sistema financeiro afastaria a pecha de governo "antimercado".
 
Articulador
No caso da Educação, a possível saída do PT do comando da pasta também não é trivial. O ministério terá, em 2015, a segunda maior verba para investimento da Esplanada (R$ 12,6 bilhões) –perderá apenas para os Transportes, com R$ 13,5 bilhões, hoje comandado pelo PR. 

Dilma gostaria de nomear o governador Cid Gomes (Ceará) para a cadeira, mas este resiste por preferir um cargo no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) fora do país. 

Para compensar a perda, o PT quer reconquistar o Ministério das Cidades, há anos nas mãos de partidos aliados. 

A pasta é o quarto maior orçamento para investir (R$ 7,1 bilhões) e controla o Minha Casa Minha Vida, programa visto como ativo vantajoso para fazer política local por meio da entrega de residências nos mais variados municípios do país.
O problema é que há concorrência. O PP quer se manter no posto e o PSD gostaria de conduzir seu presidente nacional, Gilberto Kassab, para lá. Dilma, no entanto, teria outros planos para o ex-prefeito de São Paulo, tido como bom articulador político. 

A presidente deseja colocá-lo na Secretaria de Relações Institucionais, gabinete responsável pela interface do governo com o Congresso, uma das áreas mais sensíveis no próximo mandato.
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DE CARA NOVA

Os cotados para o ministério no 2º mandato
  • Henrique Meirelles Ex-presidente do BC, é cotado para o Ministério da Fazenda
  • Nelson Barbosa Ex-secretário-executivo da Fazenda, pode virar ministro
  • Alexandre Tombini Atual presidente do BC, pode comandar a pasta da Fazenda
  • Gilberto Kassab Pode ir para Cidades ou para Relações Institucionais
  • Kátia Abreu A senadora está cotada para o Ministério da Agricultura
  • Jaques Wagner Comunicações ou Desenvolvimento
  • Juca Ferreira Cotado para voltar ao Ministério da Cultura

h3. OUTRAS APOSTAS
* Jorge Viana Meio Ambiente
  • César Borges Transportes
  • Cid Gomes Educação
  • Ricardo Berzoini Comunicações, Trabalho ou Previdência
  • Miguel Rossetto Secretaria-geral

 

TIME DE VETERANOS

Quem deve continuar na Esplanada e quem pode sair
h3. QUEM PODE FICAR
* Aloizio Mercadante Ministro da Casa Civil, deve continuar no cargo
  • José Eduardo Cardozo Ministro da Justiça, deve continuar no cargo
  • Ricardo Berzoini Secretaria de Relações Institucionais –Pode mudar de pasta
  • Miguel Rossetto Ministro do Desenvolvimento Agrário –Pode mudar de pasta
  • Luiz Alberto Figueiredo Relações Exteriores
  • Moreira Franco Aviação Civil
  • Tereza Campello Desenvolvimento Social
  • César Borges Portos –Pode mudar de pasta
  • Alexandre Tombini Banco Central –Pode mudar de pasta
  • Afif Domingos Micro e Pequena Empresa
  • Arthur Chioro Saúde
  • Luís Inácio Adams Advocacia-geral da União
  • Eleonora Menicucci Políticas para as Mulheres
  • José Elito Siqueira Gabinete de Segurança Institucional

h3. QUEM PODE SAIR
* Guido Mantega (Fazenda) –Presidente anunciou sua saída
  • Marta Suplicy (Cultura) –Já deixou o governo
  • Henrique Paim (Educação)
  • Gilberto Occhi (Cidades)
  • Franciso José Coelho Teixeira (Integração Nacional)
  • Neri Geller (Agricultura)
  • Jorge Hage (Controladoria Geral da União)
  • Miriam Belchior (Planejamento)
  • Edison Lobão (Minas e Energia)
  • Paulo Sérgio Passos (Transportes)
  • Celso Amorim (Defesa)
  • Eduardo Benedito Lopes (Pesca)
  • Ideli Salvatti (Direitos Humanos)
  • Garibaldi Alves (Previdência Social)
  • Gilberto Carvalho (Secretaria-geral)
  • Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
  • Aldo Rebelo (Esporte)
  • Manoel Dias (Trabalho)
  • Clelio Campolina (Ciência e Tecnol.)
  • Paulo Bernardo (Comunicações)
  • Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
  • Vinicius Nobre Lages (Turismo)
  • Thomas Traumann (Comunicação Social)
  • Luiza Bairros (Igualdade racial)
  • Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos)
 

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POLÍTICA E ECONOMIA