A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu, nesta segunda-feira, 
que já tinha, desde meados do ano, a informação de que a SBM Offshore 
fez pagamento de propina a "empregado ou ex-empregado da Petrobras", 
admitida pela própria fornecedora, sediada na holanda. 
Até então, a Petrobras não havia comunicado oficialmente que tinha recebido tal informação. 
O que vinha sendo dito –e foi repetido na última sexta-feira, quando a 
Petrobras voltou ao tema por meio de um comunicado– era que uma comissão
 de apuração criada em fevereiro, quando as denúncias tornaram-se 
públicas, havia investigado internamente, durante 45 dias, mas nada 
havia sido descoberto. E que, depois disso, a apuração continuou, e 
relatórios complementares haviam sido enviados à Controladoria Geral da 
União e o Ministério Público Federal. 
O comunicado da semana passada foi emitido no contexto do acordo fechado entre o Ministério Público holandês, que investigava o caso, e a SBM. 
| Adriano Ishibashi/Frame/Folhapress | |||
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| A presidente da Petrobras, Graça Foster, durante coletiva na empresa nesta segunda-feira no Rio | 
"Passadas algumas semanas, alguns meses [da investigação interna da 
Petrobeas], eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina 
para empregado ou ex-empregado de Petrobras. Imediatamente, e 
imediatamente é 'imediatamentemente', é que informamos a SBM de que ela 
não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a 
origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras. E
 é isso que aconteceu, tivemos uma licitação recente, para plataformas 
nos campos de Libra e Tartaruga Verde, e a SBM não participou.
A SBM foi eliminada das licitações em maio. 
Graça disse que não tem informação de quanto foi recebido nem de quem. 
"Fomos à Holanda, aos Estados Unidos, sem sucesso. Até hoje não sabemos 
nem nem quanto. Quem paga é a SBM quem paga não está participando das 
licitações", disse. 
Pelo acordo fechado com o Ministério Público holandês, a SBM 
comprometeu-se a pagar US$ 240 milhões para encerrar as investigações. 
Em relatório, os procuradores holandeses dizem que a empresa não 
encontrou provas concretas de pagamento de propinas, mas as 
investigações do Ministério Público teriam confirmado tais pagamentos. 
Na semana passada, o presidente da Controladoria Geral da União, Jorge 
Hage, havia afirmado que as investigações do órgão levavam a "fortes 
indícios" de recebimento de propina por parte de seis diretores da 
Petrobras. Outros 14 funcionários estariam sob investigação. 
A CGU também abriu processo contra a fornecedora de plataforma. 
Por enquanto, a SBM é a única empresa que parou de negociar com a 
Petrobras em decorrência de denúncias de corrupção, por ter admitido 
terem ocorrido as irregularidades. 
"De imediato isso é uma prova avassaladora. Se existe isso dito pela 
empresa, a empresa teve de esclarecer este ponto. Infelizmente, só teve a
 informação da semana passada, mas a empresa continua não atendendo a 
nós", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José 
Formigli. 


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