Temerosos da abrangência da Operação Lava Jato, integrantes do PT e do 
PMDB avaliam que a situação do governo de Dilma Rousseff fica mais ainda
 fragilizada diante das turbulências que já enfrenta na economia e na 
relação com o Legislativo. 
O governo espera que os seus principais apoiadores também assumam, cada 
um, as responsabilidades por eventuais irregularidades na estatal, sem 
deixar tudo na conta do Planalto. 
PT e PMDB, principais aliados do governo, indicaram pelo menos dois 
alvos da Polícia Federal: Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que 
teria ligações com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), e Fernando 
Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB 
na estatal. 
| Alan Marques - 4.nov.2014/Folhapress | ||
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| O líder do PT da Câmara dos Deputados, deputado Vicentinho | 
Em nota, o PMDB disse que repudia "de forma categórica as acusações de 
envolvimento em supostos desvios de recursos da Petrobras" e que obteve 
legalmente seus recursos para financiar campanhas. "O PMDB jamais teve 
qualquer interlocutor de fora dos seus quadros autorizado a arrecadar em
 nome do partido". 
As empreiteiras são as principais financiadoras de campanhas e muitos 
desses executivos têm relação de proximidade com políticos já citados 
nas delações premiadas da Lava Jato e que serão julgados pelo STF 
(Supremo Tribunal Federal) devido ao foro privilegiado. 
Apesar da preocupação nos bastidores, publicamente os políticos em geral
 defenderam as investigações. "O partido tem a intenção de que tudo seja
 apurado. Se tiver que punir, puna quem for", disse o líder do PT na 
Câmara, Vicentinho (SP). 
Entre os membros da CPI mista do Congresso que investiga irregularidades
 na estatal, o consenso é que as novas prisões efetuadas nesta sexta 
(14) esvaziam ainda mais os trabalhos porque seus membros não têm acesso
 às informações sigilosas das investigações mantidas pela PF e a Justiça
 Federal.
CPI ESVAZIADA
Sem acesso ao material, integrantes da CPI fecharam um "acordão" para 
evitar a convocação de políticos que estariam envolvidos com as 
irregularidades, com o aval da oposição. 
"A Justiça tem condições de apurar melhor do que nós. A nossa grande 
expectativa é ter acesso às delações premiadas. Enquanto a Justiça nos 
negar isso, não há como avançar", disse o presidente da CPI, Vital do 
Rêgo (PMDB-PB). 
"A CPI está a cada hora mais fora do processo porque não tem a delação",
 acrescentou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). 


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POLÍTICA E ECONOMIA