Fluxo contínuo Além do parecer do Ministério Público
do TCU, a oposição vai anexar ao pedido de impeachment de Dilma
Rousseff ao menos quatro decretos assinados pelo governo em 2015 que
aumentaram em R$ 800 milhões as despesas do Executivo sem autorização
dos parlamentares. Os documentos servirão de base para o argumento de
que as irregularidades fiscais se estenderam para este ano. Manobra
semelhante foi um dos motivos que levaram o TCU a rejeitar as contas de
Dilma de 2014.
Marimbondo O peemedebista Geddel Vieira Lima (BA)
prometeu fazer o impossível para manter o congresso nacional da legenda
nos moldes originais para forçar o rompimento com o governo.
Metralhadora… “Não tem hoje no partido ninguém com
autoridade política para tomar uma decisão dessas. Bahia vai comandar
uma dissidência”, disse, indignado.
…giratória “O nosso partido não pode se transformar
em agência de emprego para acomodar aqueles que não sabem fazer política
fora do poder”, acrescentou Geddel.
Blá blá blá Na reunião de líderes com Eduardo Cunha,
Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu a renúncia do peemedebista. Enquanto o
colega falava, o presidente da Câmara fez que não ouviu e continuou
mexendo no telefone celular. Em seguida, passou a palavra ao próximo
orador.
Amizade Dilma disparou contra Cunha, mas a
articulação política do Planalto pediu que líderes não batessem boca com
ele. Precisam ser “low profile” para votar as medidas do ajuste fiscal.
Desarmado Depois da rejeição das contas de Dilma
pelo TCU, um ministro da corte vê um ambiente bem mais favorável para
negociar com o governo o parcelamento da dívida de R$ 40 bilhões
decorrente das pedaladas.
Fogo amigo Os reparos de Rui Falcão à política
econômica renderam-lhe críticas. “Inacreditável o presidente do PT pedir
a cabeça de Joaquim Levy. Com uma crise deste tamanho, não pode
dispersar a base”, afirma Orlando Silva (PC do B-SP).
No escuro Integrantes do Executivo estão preocupados
com a comissão formada pela OAB para debater o impeachment. Dizem que
ainda não entenderam exatamente o papel que o órgão terá.
Efeito O PMDB está perdendo espaço no gestão de
Fernando Haddad. O prefeito decidiu mudar os subprefeitos de Santo Amaro
e de Santana, ligados aos vereadores peemedebistas Nelo Rodolfo e
Ricardo Nunes. A avaliação é que os parlamentares vêm agindo descolados
do governo há muito tempo.
Aqui não A ordem na gestão municipal, no entanto, é
não mexer com os nomes ligados a Gabriel Chalita —que, nas palavras de
um auxiliar do prefeito, tem se mantido fiel a Haddad.
Mais café Emissários de Geraldo Alckmin deram início
a uma articulação pró-governador na bancada do PSDB na Câmara, que hoje
sofre grande influência do presidente nacional, senador Aécio Neves
(MG).
Menos leite A estratégia paulista é formar dentro da
bancada “um núcleo duro” favorável a Alckmin, com vistas à eleição do
próximo líder na Câmara dos Deputados.
À paulista A articulação é o primeiro passo de uma
reação silenciosa à possível indicação de um mineiro para o cargo. Um
tucano de São Paulo sustenta que não dá para tolerar que o presidente do
partido e o líder da Câmara sejam do mesmo Estado.
Chico e Francisco Do presidente do PSD, Guilherme
Campos, em relação ao segredo imposto por Alckmin a atos em São Paulo e
ao comentário de Dilma sobre como estocar vento: “Descobri onde isso é
possível: nos canos da Sabesp. O problema é que há sigilo de 25 anos”.
TIROTEIO
Não existe o novo Alckmin. O Alckmin que tem total condições de vencer as eleições presidenciais é o velho Alckmin de sempre.
DO DEPUTADO CAMPOS MACHADO, presidente do PTB de São Paulo, sobre a
articulação do PSB para atrair o governador paulista para as eleições de
2018.
CONTRAPONTO
O tributo de cada um
Enquanto a bancada peemedebista promete aparecer em peso, nesta
quarta-feira, na inauguração da foto de Eduardo Cunha na galeria de
líderes do partido, um grupo de parlamentares dissidentes organizou um
ato paralelo no mesmo horário para rivalizar.
Eles abrirão, no Salão Verde da Casa, “A Pequena Galeria da Dignidade
Pública” —que tem entre os homenageados o sociólogo Herbert José de
Souza, o Betinho, e Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança.
—São
pessoas que comprovam que há muita gente de bem nesse país e que tem de
ser permanentemente homenageada —diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
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POLÍTICA E ECONOMIA