No ano passado, em junho, escrevi um post no qual alertava que a
forte desaceleração observada de janeiro a maio de 2014 nas despesas
previdenciárias não passava de um truque contábil – leiam o maior truque do mundo: gastos com previdência.
Para chegar a esta conclusão não era preciso muito esforço, mas apenas alguma dose de bom senso e olhar o passado.
Lembro que, na época, muitos analistas começaram a tentar explicar a
razão para a forte desaceleração do gasto da previdência. Uma tentativa
que na época falei que era um esforço sem sentido, pois não havia
evidência de mudanças estruturais na previdência.
Hoje sabemos que a suposta desaceleração dos gastos da previdência
não passou de atrasos de repasses do Tesouro para Caixa Econômica
Federal. Uma estratégia que envolveu também as despesas do Bolsa Família
e do seguro desemprego.
O TCU agora, corretamente, quer explicações. Independente do
relatório técnico ser ou não aprovado pelo plenário do TCU, nada impede
que o Ministério Público da União investigue o caso e eventualmente, se
comprovado que os atrasos foram planejados, e tudo indica que sim, abra
um processo contra os responsáveis.
É impressionante os desmandos, truques e medidas rudimentares do
primeiro governo Dilma. E me assusta o fato de um partido que está a 12
anos no poder não tenha entre seus simpatizantes um único economista com
competência para ser ministro da fazenda.
Ainda bem que existem economistas liberais para salvar os governos do
PT. E se não salvar? Neste caso o governo culpará os economistas
liberais quando, na verdade, os erros resultam de um conjunto de
políticas rudimentares adotadas no Brasil de 2009 a 2014. Esses seis
anos terão conseqüências para as próximas duas décadas e, na metade do
séc XXI, o BNDES ainda estará pagando sua dívida junto ao Tesouro.
17 de janeiro de 2015 por mansueto
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POLÍTICA E ECONOMIA