A ex-ministra da Cultura Marta Suplicy (PT-SP) enviou à
Controladoria-Geral da União (CGU) documentos sobre supostas
irregularidades em parcerias de R$ 105 milhões, firmadas pela pasta na
gestão de Juca Ferreira, com uma entidade que presta serviços à
Cinemateca Brasileira - órgão vinculado ao ministério com sede em São
Paulo. O uso dessa verba está entre os "desmandos" que a petista alega
terem sido cometidos pelo antecessor na Cultura, que reassume hoje o
cargo.
Em entrevista publicada no domingo, 11, pelo jornal O
Estado de S. Paulo, Marta chamou a administração de Juca de "muito
ruim" e disse ter mandado ao órgão de controle interno do governo "tudo
sobre irregularidades e desmandos" da primeira passagem dele pela
Cultura. Auditorias da CGU apontaram problemas no uso de recursos do
ministério pela Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC). A entidade atua
como irmã siamesa da instituição, dando apoio aos projetos de
preservação da produção audiovisual.
A SAC recebeu R$ 111
milhões do Ministério da Cultura entre 1995 e 2010. Desse total, 94%
referem-se a um termo de parceria executado na gestão de Juca. Um dos
relatórios da CGU diz que a entidade foi contratada por escolha do
ministério, sem consulta a outros interessados, e que projetos foram
aprovados sem avaliação adequada dos custos.
Os auditores
constataram que a SAC dispensava irregularmente licitações para compra
de materiais e contratação de serviços. Orçamentos para as compras eram
genéricos, diz o relatório, não permitindo comparação com preços
praticados no mercado e, em consequência, a avaliação de eventual
superfaturamento.
O relatório mostra também que a entidade
cobrava uma taxa para cobrir suas despesas com a administração dos
projetos. Para a CGU, que determinou o ressarcimento, não foi
devidamente demonstrada a composição dessa cobrança, que seria
irregular. Para atividades de R$ 49 milhões, a taxa era de R$ 2,6
milhões. Houve favorecimento de funcionários da Cinemateca na execução
dos projetos, segundo o relatório. A auditoria diz que o dono de uma
empresa contratada pela SAC para coordenar atividades era servidor do
órgão vinculado à Cultura.
Segundo a CGU, a SAC não
apresentou prestação de contas de despesas e o ministério não tomou
providências. "Não houve apresentação, por parte do parceiro, de
demonstração dos gastos e receitas executados nas ações pactuadas." As
constatações da CGU já haviam sido fonte de crise no ministério. Em
2012, após tomar conhecimento do conteúdo do relatório, Marta demitiu a
então secretária de Audiovisual, Ana Paula Santana, e outros dirigentes
da área sob o argumento de que perdera a confiança na equipe.
Ana
Paula foi diretora de Programas e Projetos Audiovisuais na gestão de
Juca. Em fevereiro de 2011, na gestão de Ana de Hollanda, ascendeu ao
comando da secretaria. Também é atribuída aos problemas apontados pela
CGU a exoneração do ex-diretor executivo da Cinemateca, Carlos
Magalhães, em 2013.
Defesa
Procurado,
Juca Ferreira informou que não se pronunciaria. A reportagem não
localizou ontem dirigentes da Cinemateca e da SAC. Nos relatórios da
CGU, o ministério refuta irregularidades. Num dos trechos, diz que a
entidade tem ações de compliance e auditoria interna e que seu
balanço contábil e financeiro é apresentado anualmente ao Ministério da
Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
COMENTÁRIO DA BLOGUEIRA> ATENÇÃO: estamos liberados para "descer a lenha" no PT! Posto que, se a ex-senadora Marta Suplicy já fez isso por que nós não podemos? Se eles acharem ruim, melhor. A ainda pode acrescentar: "relaxa e goza" d. Marta, a senhora já está deformada mesmo, agora não tem botox que dê jeito!
Pelo fato de ter conhecimento das irregularidades desde aquela época, e denunciar somente agora, ela prevaricou. Pode responder criminalmente. Ela não é propriamente uma flor que se cheire.
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