A Polícia Federal solicitou à presidente da Petrobras, Graça
Foster, informações sobre dois contratos da estatal com Construtora
Norberto Odebrecht, alvo da Operação Lava Jato, por meio de um consórcio
formado para executar obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O
consórcio Conest foi formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS e
venceu dois contratos já apontados pelo Tribunal de Contas da União
(TCU), em 2013, por sobrepreço de quase R$ 150 milhões.
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em
sua delação premiada que recebeu US$ 23 milhões da Odebrecht. O
executivo Rogério Santos do Araújo foi apontado por ele como responsável
por indicar o banco na Suíça onde foi depositado o dinheiro, entre 2008
e 2009.
A Polícia Federal abriu inquérito em outubro do
ano passado tendo a Odebrecht como alvo. Quatro contratos com a
Petrobras são alvo dos investigadores da Lava Jato. Os dois que foram
alvo de pedido de informação envolvem as obras da Abreu e Lima.
Esses
contratos podem levar à Lava Jato a ligação do doleiro Alberto Youssef -
alvo central das investigações - com o consórcio formado pela
Odebrecht. Em depoimento prestado à Justiça Federal, o sócio-gerente das
empresas Sanko Sider e Sanko Serviços, Márcio Bonilho, confessou ter
pago "comissões" à Youssef por intermediação na venda dos produtos da
empresa para empreiteiras.
"Eu fechei negócios com o
(consórcio) CNCC, fechei negócios com o Conest, fechei negócios com a
UTC, fechei negócios com Engevix, com o Estaleiro, fechei
Não recordo
todos, mas fechei meia dúzia de negócios, assim, com 10 empresas
distintas", respondeu Bonilho ao ser perguntado pelo juiz federal Sérgio
Moro, sobre qual negócio ele conseguiu por intermédio de Youssef.
Acusado
numa das ações penais da Lava Jato por ser associar a Youssef, o sócio
do grupo Sanko admitiu que assinou contratos com uma empresa fantasma do
doleiro e que "os contratos e notas fiscais foram produzidos
fraudulentamente para justificar pagamento de 'comissões'".
Os
dois contratos são das Unidades de Destilação Atmosférica - UDA (U-11 e
U-12) e das Unidades de Hidrotratamento de Diesel (U-31e U-32), de
Hidrotratamento de Nafta (U-33 e U-34), e de Geração de Hidrogênio - UGH
(U-35 e U-36). Só um dos contratos, assinado em 2009, rendeu ao
consórcio R$ 3,1 bilhões.
A Odebrecht, em nota, repudiou
categoricamente as declarações do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa. A empresa afirma que não fez pagamentos
ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou
ex-diretor da estatal.
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