petrolão
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | |
Viatura da Polícia Federal chegou às 7h desta quarta-feira (27) na sede da Bancoop, em São Paulo |
Apesar de não nominado, o alvo final da nova fase da Operação Lava Jato é
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o cuidado de não
dizer isso de forma explícita, embora politicamente seja um segredo de
polichinelo, a força-tarefa mostra que Lula está sob seu radar.
A 22ª fase da operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, deflagrada nesta quarta-feira (27)
apura se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios
imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que
está preso desde abril de 2015.
O fechamento do cerco a Lula explica a crescente reatividade do petista,
que a cada dia sobe a retórica contra os que considera difamadores
–prometendo processos contra jornalistas, por exemplo, como se isso
fosse impedir investigações da Polícia Federal e do Ministério Público
Federal.
A lógica dos investigadores é clara: não citar nominalmente o
ex-presidente agora dá argumentos contra críticas de perseguição
política no caso de não serem encontrados elos entre o esquema apontado e
o petista, seja por inocência, seja por blindagem.
Se os advogados de defesa dos acusados na operação acharam que seu
manifesto denunciando supostos abusos iria constranger de alguma forma a
força-tarefa, a operação desta quarta (27) prova exatamente o
contrário.
Lula está sob fogo. Além das investigações que chegaram a seus filhos na
Operação Zelotes, agora a Lava Jato literalmente esbarra nos tríplex do
prédio do Guarujá que é associado à família do petista. Os
investigadores não estavam pensando no filme B de ação de Vin Diesel ao
chamar a nova fase de Triplo X.
PLANALTO
Mais do que a operação em si, danosa à imagem do Planalto de qualquer
forma, seu "timing" foi muito ruim para o governo. A presidente Dilma
Rousseff fará nesta quinta (28) a reunião do chamado Conselhão na qual
apresentará medidas para tentar reanimar a economia.
Apesar do esforço palaciano em dissociar-se de Lula, o petista é o
último esteio político de Dilma, e ainda mantém interlocução com boa
parte dos peixes graúdos do PIB que participarão do evento na quinta.
Até por ser hoje o único presidenciável viável do atual esquema
governista, Lula e sua sorte roubarão espaço da pretensa agenda positiva
dilmista. A Lava Jato, como sempre, ganhou as manchetes.
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POLÍTICA E ECONOMIA