petrolão
Auxiliares da presidente Dilma Rousseff avaliam que a nova fase da Operação Lava Jato,
deflagrada nesta quarta-feira (27), tem o objetivo de "desgastar" a
imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que o
governo está "fragilizado" e "tenta encontrar saídas" para a crise
política e econômica do país.
Publicamente, o ministro José Eduardo Cardozo afirmou, nesta quarta, que
qualquer associação entre Lula e a nova fase da operação é "especulação indevida".
Contudo, segundo a Folha apurou, auxiliares de Dilma acreditam
que "o cerco a Lula se fechou ainda mais" e isso é "preocupante" visto
que o ex-presidente ainda é tido como o principal fiador do governo.
Apesar disso, a avaliação de ministros do núcleo mais próximo à
presidente é que uma eventual prisão de Lula "não deve acontecer".
Segundo eles, o ex-presidente ainda tem respaldo da militância do PT e
de diversos movimentos sociais, que iriam às ruas para defendê-lo caso
isso acontecesse. Alguns, porém, não descartam que, caso o ex-presidente
fique "totalmente desmoralizado", o cenário fique mais fácil para que
ele seja preso.
Como mostrou a Folha, o ex-presidente Lula reforçou no início do ano sua equipe de defesa com a contratação do criminalista Nilo Batista.
Nas palavras de aliados, a contratação do advogado se deu porque Lula
"tomou consciência de que algo mais grave poderia acontecer".
Nesta quarta, foi deflagrada a 22ª fase da Lava Jato, operação que apura
o esquema de corrupção na Petrobras, para investigar se a empreiteira
OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015. Entre
os imóveis investigados, está um tríplex no Guarujá que foi reservado a Lula.
Aliados do ex-presidente fazem coro ao discurso de que a operação é "uma
tentativa politizada" de "desgastar" e "desmerecer" a imagem de Lula.
Segundo eles, o petista tinha uma cota da Bancoop (Cooperativa
Habitacional dos Bancários de São Paulo), pensou em comprar o
apartamento –a mulher de Lula, Marisa Leticia, chegou a reformar e
decorar o imóvel–, mas o ex-presidente desistiu do negócio.
O condomínio Solaris, onde fica o tríplex, teve a construção iniciada
pela Bancoop, que foi presidida por Vaccari, mas, em crise financeira, a
cooperativa transferiu o empreendimento para a OAS, em 2009.
DESISTÊNCIA DO APARTAMENTO
Como revelou a Folha em dezembro de 2014, o ex-presidente cogitou, inclusive, desfazer-se do apartamento.
Segundo interlocutores, as repercussões negativas das reportagens sobre o
imóvel à época fizeram com que Lula reavaliasse a efetivação da compra
do apartamento, que continuava em nome da OAS.
O ex-presidente tinha a opção de pedir o ressarcimento dos valores pago à
Bancoop ou poderia ficar com o apartamento e registrá-lo em seu nome –o
que não fez até hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA