brasil em crise
PIB brasileiro cai e mantém recessão
Alex Almeida - 5.out.2008/Folhapress
19/01/2016 08h06
A recessão no Brasil será um dos principais fatores para o desempenho
abaixo do esperado que a economia global deve ter em 2016, prevê o FMI
(Fundo Monetário Internacional). Em sua atualização do relatório
Panorama Econômico Global, divulgada nesta terça (19), o Fundo reduz a
expansão mundial neste ano para 3,4%, 0,2 ponto percentual a menos que
nas projeções de outubro.
No caso do Brasil, o corte foi bem mais agudo. De acordo com o FMI, a
economia do país recuará 3,5% em 2016, baixa de 2,5 pontos percentuais
em relação ao relatório anterior. A esperança de retomada do crescimento
brasileiro, que nas previsões de outubro do FMI aconteceria em 2017,
foi adiada para 2018, último ano do governo Dilma Rousseff. No ano que
vem, estima o Fundo, o Brasil sairá do vermelho, mas terá expansão zero,
uma piora de 2,3 pontos percentuais em relação à previsão de outubro.
O boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, estima que o PIB brasileiro cairá 2,99% neste ano e crescerá 1% no próximo.
Dos 16 países que compõem a tabela incluída no relatório, o Brasil é o
que tem o pior desempenho projetado para 2016. O país é citado como
destaque negativo também numa entrevista do economista-chefe do FMI,
Maurice Obstfeld, divulgada junto com o relatório.
"A principal mensagem desta atualização, especialmente se comparada com
as anteriores, é a queda consistente na expectativa de crescimento", diz
Obstfeld ao justificar o corte na projeção global. Grande parte disso
se deve ao fraco desempenho das economias em desenvolvimento,
responsáveis por mais de 70% do crescimento mundial. As estimativas de
expansão do PIB global foram reduzidas em 0,2 ponto percentual tanto
para 2016 (para 3,4%) quanto para 2017 (para 3,6%).
"Tais revisões refletem em grande medida, mas não exclusivamente, uma
recuperação mais fraca nas economias emergentes do que fora projetado em
outubro. Em termos de composição por país, as revisões se devem em
grande parte ao Brasil, onde a recessão causada pela incerteza política,
em meio à contínua crise das investigações na Petrobras, está se
mostrando mais profunda e prolongada do que se esperava", diz o Fundo.
O segundo mandato de Dilma Rousseff
Evaristo Sa - 8.out.2015/AFP
A presidente Dilma Rousseff durante reunião ministerial no Palácio do Planalto
CRISE DO PETRÓLEO
Entre os outros fatores para o corte nas previsões de crescimento
global, o relatório cita os baixos preços do petróleo, que atingem as
economias do Oriente Médio, a recuperação mais lenta da economia
americana e a alta dos juros nos Estados Unidos, além da desaceleração
da China, em meio ao "rebalanceamento" pelo qual passa o país asiático.
Apesar de reconhecer a incerteza que esse processo gera na economia
mundial, sobretudo pela dificuldade dos mercados em interpretá-lo, o FMI
considera que a China segue a transição conforme o que foi planejado
pelas autoridades do país, com menos ênfase em investimentos e mais em
consumo e no setor de serviços. Assim, o relatório manteve inalteradas
suas projeções para o crescimento chinês em 2016 (6,3%) e 2017 (6%).
Nesta terça, as autoridades de Pequim anunciaram que o PIB chinês avançou 6,9% em 2015. O resultado ficou dentro da meta do governo, mas foi o pior desde 1990.
"O crescimento na China evolui conforme planejado, mas com uma
desaceleração em importação e exportação mais rápida que o esperado, em
parte refletindo o enfraquecimento do investimento e da atividade
industrial", diz o estudo. "Tais desdobramentos, juntamente com a
preocupação sobre o futuro desempenho da economia chinesa, estão
causando contágios em outras economias por meio dos canais de comércio e
dos preços mais baixos das commodities, assim como da confiança em
baixa e a volatilidade crescente nos mercados financeiros."
Sobre os Estados Unidos, o FMI prevê que a maior economia do mundo
crescerá 2,6% em 2016, mais que os 2,5% de 2015, mas 0,2 ponto
percentual a menos que a projeção de outubro. Para 2017, os EUA devem
repetir a mesma taxa de expansão, diz o relatório. A economia americana
continua "resiliente", mas tem alguns entraves, como a alta do dólar,
que prejudica setores da indústria.
O que comprar com o valor do barril de petróleo
ApuGomes/Folhapress
É possível abastecer o carro com cerca de 32 litros de gasolina (a R$ 3,654 o litro) ou 45 litros de etanol (R$ 2,663 o litro). Leia mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA