Celso Ming
04 Janeiro 2016 | 21h 00
Este 2016 vem provocando tanta apreensão que muita gente já vinha desejando Feliz 2017, como querendo pular de uma vez este 2016 prenhe de incertezas. E, no entanto, este início de ano tão preocupante começa com excelente notícia.
O fato de que já era esperada não diminui sua importância. O resultado da balança comercial em 2015 é o contraponto fortemente positivo a tantos resultados ruins. O saldo ultrapassou todas as expectativas, inclusive as mais otimistas: superávit no ano de US$ 19,7 bilhões. Embora parte das exportações de dezembro corresponda a “vendas fictas” de plataforma de petróleo, que na prática não saiu do País, é o maior superávit comercial desde 2011.
04 Janeiro 2016 | 21h 00
Este 2016 vem provocando tanta apreensão que muita gente já vinha desejando Feliz 2017, como querendo pular de uma vez este 2016 prenhe de incertezas. E, no entanto, este início de ano tão preocupante começa com excelente notícia.
O fato de que já era esperada não diminui sua importância. O resultado da balança comercial em 2015 é o contraponto fortemente positivo a tantos resultados ruins. O saldo ultrapassou todas as expectativas, inclusive as mais otimistas: superávit no ano de US$ 19,7 bilhões. Embora parte das exportações de dezembro corresponda a “vendas fictas” de plataforma de petróleo, que na prática não saiu do País, é o maior superávit comercial desde 2011.
Também é verdade que se trata de consequência de muita coisa ruim, especialmente da recessão, que derrubou o consumo, a produção e, portanto, as importações. Daí a queda de 19,2% na corrente de comércio, item que registra a soma de exportações e importações.
O comércio exterior é o primeiro setor importante da economia a responder ao ajuste geral, apesar da derrubada dos preços das commodities, especialmente do minério de ferro e dos produtos agrícolas. Também contribuiu para a derrubada das importações, e alguma recuperação das exportações, a desvalorização do real, de 37% ao longo de 2015.
Ao contrário do que acontece com o PIB e a inflação, que descarregaram tração negativa para 2016, esse forte superávit comercial de 2015 empurra impulso positivo para este ano, com substancial reforço para todas as contas externas e não só para o fluxo de mercadorias.
Em 2016, o saldo comercial vem com força para ultrapassar a marca dos US$ 35 bilhões. O Banco Central já vinha esperando superávit de US$ 30 bilhões e o mercado, tal como aferido pela Pesquisa Focus, de US$ 35 bilhões.
Esse resultado tende a derrubar substancialmente o déficit em Conta Corrente (fluxo de moeda estrangeira, exceto o da conta de capitais), que deve ter fechado 2015 ao redor dos US$ 60 bilhões, para a altura dos US$ 33 bilhões. Como a entrada de investimentos externos neste ano deverá alcançar alguma coisa entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões, segue-se que, apesar das incertezas na área política, fica reduzido o risco de fuga de capitais.
As exportações de manufaturados já mostram reação à desvalorização cambial, o fator que barateou em dólares o produto destinado ao mercado externo. Em todo o ano de 2015, enquanto as exportações de produtos básicos (commodities) recuaram 19,5%, as de industrializados caíram apenas 8,1% (veja o Confira). A queda poderia ter sido ainda menor, caso não houvesse a forte dependência que o setor produtivo interno passou a ter de máquinas, de peças e de componentes importados.
O excelente resultado da balança comercial, a nova queda esperada do rombo externo, a manutenção do estoque de US$ 370 bilhões em reservas internacionais e os juros internos no patamar em que estão constituem o principal conjunto de fatores que, apesar da recessão, do desemprego e das incertezas políticas, devem impedir novas escaladas do dólar no câmbio interno.
CONFIRA:
O comércio exterior é o primeiro setor importante da economia a responder ao ajuste geral, apesar da derrubada dos preços das commodities, especialmente do minério de ferro e dos produtos agrícolas. Também contribuiu para a derrubada das importações, e alguma recuperação das exportações, a desvalorização do real, de 37% ao longo de 2015.
Ao contrário do que acontece com o PIB e a inflação, que descarregaram tração negativa para 2016, esse forte superávit comercial de 2015 empurra impulso positivo para este ano, com substancial reforço para todas as contas externas e não só para o fluxo de mercadorias.
Em 2016, o saldo comercial vem com força para ultrapassar a marca dos US$ 35 bilhões. O Banco Central já vinha esperando superávit de US$ 30 bilhões e o mercado, tal como aferido pela Pesquisa Focus, de US$ 35 bilhões.
Esse resultado tende a derrubar substancialmente o déficit em Conta Corrente (fluxo de moeda estrangeira, exceto o da conta de capitais), que deve ter fechado 2015 ao redor dos US$ 60 bilhões, para a altura dos US$ 33 bilhões. Como a entrada de investimentos externos neste ano deverá alcançar alguma coisa entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões, segue-se que, apesar das incertezas na área política, fica reduzido o risco de fuga de capitais.
As exportações de manufaturados já mostram reação à desvalorização cambial, o fator que barateou em dólares o produto destinado ao mercado externo. Em todo o ano de 2015, enquanto as exportações de produtos básicos (commodities) recuaram 19,5%, as de industrializados caíram apenas 8,1% (veja o Confira). A queda poderia ter sido ainda menor, caso não houvesse a forte dependência que o setor produtivo interno passou a ter de máquinas, de peças e de componentes importados.
O excelente resultado da balança comercial, a nova queda esperada do rombo externo, a manutenção do estoque de US$ 370 bilhões em reservas internacionais e os juros internos no patamar em que estão constituem o principal conjunto de fatores que, apesar da recessão, do desemprego e das incertezas políticas, devem impedir novas escaladas do dólar no câmbio interno.
CONFIRA:
Aí está o comportamento das exportações por setor da produção.
Argentina
Apesar das travas mantidas pelo governo Kirchner, as exportações do Brasil para a Argentina em 2015 caíram apenas 9,3%. Compare essa queda com a de outros blocos: União Europeia, -18,3%; Mercosul, -15,2%; China, -11,3%; Estados Unidos, -9,7%.
Recessão
Nova recessão em 2016 deve derrubar ainda mais as importações e, assim, concorrer com superávit comercial maior.
Argentina
Apesar das travas mantidas pelo governo Kirchner, as exportações do Brasil para a Argentina em 2015 caíram apenas 9,3%. Compare essa queda com a de outros blocos: União Europeia, -18,3%; Mercosul, -15,2%; China, -11,3%; Estados Unidos, -9,7%.
Recessão
Nova recessão em 2016 deve derrubar ainda mais as importações e, assim, concorrer com superávit comercial maior.
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