quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Procuradoria pede inquéritos para investigar Renan, Delcídio e Jader

Alan Marques/ Folhapress/Pedro Franca/Associated Press
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 25.11.2015. O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, comanda sessão da Casa Legislativa para se decidir se é os senadores acatam a prisão do senador Delcídio Amaral. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) - This Feb. 26, 2014 photo, released by the Agencia Senado, shows Brazilian Sen. Delcidio do Amaral of the ruling Worker's Party. Brazilian police arrested Amaral, the government's leader in the Senate, for allegedly obstructing the investigation into a corruption scandal at state-owned oil company Petrobras. (Pedro Franca/Agencia Senado via AP) ORG XMIT: XSI103 -- BRASÍLIA, DF, BRASIL 13.11.2013,às 17h00. Senador Jader Barbalho discursa sobre o fim do voto secreto. Sessão plenário do Senado Federal para votar o projeto que acaba com o voto secreto nos pleitos do Congresso Nacional. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
Os senadores Renan Calheiros, Delcídio do Amaral e Jader Barbalho, alvos de investigação
 A Procuradoria-Geral da República pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de novos inquéritos para investigar a suposta ligação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e dos senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Jader Barbalho (PMDB-PA), além do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), com o esquema de corrupção da Petrobras.

Eles poderão ser investigados por lavagem de dinheiro e corrupção. O processo que levou à abertura das novas investigações tramita em sigilo no Supremo.

Esse é o quinto inquérito pedido pela Procuradoria para investigar supostas ligações de Renan com o petrolão. Cada um deles investiga fatos diferentes.

Em relação a Delcídio, é a segunda investigação pedida. Outra foi aberta na semana passada após a prisão senador, suspeito de tentar atrapalhar a Lava Jato.

Barbalho já é alvo de um inquérito. Os pedidos serão analisados pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo.

Caso os inquéritos sejam abertos, o Supremo investigará 68 pessoas, sendo 14 senadores, 23 deputados, o ministro de Estado Edinho Silva (Comunicação) e o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro.

OUTRO LADO

Em nota, a assessoria de Renan afirmou que as relação do senador com empresas públicas "nunca ultrapassaram os limites institucionais", que ele "já prestou os esclarecimentos necessários, mas está à disposição para novas informações" e "nunca autorizou, credenciou ou consentiu que seu nome fosse utilizado por terceiros".

Procurado pela Folha, Barbalho afirmou que desconhece os termos do pedido de abertura de inquérito e, por isso, não pode comentar a ação da Procuradoria.

"Eu desconheço isso mas estou tranquilo em relação a qualquer investigação nessa área. Já me manifestei sobre as acusações na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e disse que, se alguém usou meu nome, está me devendo", disse o senador. Segundo Barbalho, ele não conhece o lobista Fernando Baiano e não tem nenhum tipo de relação com outros citados pela Operação Lava Jato.

Delcídio e Gomes negaram, em outras ocasiões, envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.

DELAÇÃO

Uma delação que cita os três senadores é a do lobista Fernando Baiano. O delator –que foi um dos citar anteriormente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como outro beneficiário– disse que Delcídio recebeu US$ 1 milhão ou US$ 1,5 milhão, dinheiro fruto de propinas pagas com recursos desviados da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Baiano disse que Delcídio recebeu o dinheiro para pagar a sua campanha nas eleições para o governo de Mato Grosso do Sul, em 2006.

Ainda de acordo com Baiano, Delcídio recebeu propina por ter endossado a indicação de Nestor Cerveró –este já condenado na Lava Jato– para a direção Internacional da Petrobras.

Além de Delcídio, Fernando Baiano mencionou que Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau –indicado na época pelo PMDB– também foram beneficiários do esquema de corrupção.

Ele teria apontado que US$ 4 milhões foram desviados de um contrato de navios-sonda para pagamentos que chegaram posteriormente a US$ 6 milhões. O delator comentou que as operações foram completadas pelo lobista paraense Jorge Luz, entre 2006 e 2008.



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