segunda-feira, 20 de julho de 2015

PF indicia Marcelo Odebrecht e mais 4 executivos por suspeita de corrupção

Petrolão
Paulo Lisboa - 20.jun.15/Folhapress

O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht chega ao IML para realização de exame de corpo delito
O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht chega ao IML para realização de exame de corpo delito

 A Polícia Federal indiciou o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e crime contra a ordem econômica no âmbito da Operação Lava Jato.

Relatório do delegado Eduardo Mauat da Silva aponta indícios de acerto prévio em licitação e pagamento de propinas em pelo menos sete obras da Petrobras. Aponta, ainda, suspeita de operação de um esquema dentro da estatal para vender nafta, principal insumo da indústria plástica, a preços abaixo dos praticados para a Braskem, braço petroquímico do grupo Odebrecht.

O relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal, que avaliará a investigação da PF antes de decidir se oferece ou não à Justiça a denúncia pelos fatos. Além de Marcelo Odebrecht, o relatório também indiciou outros executivos da companhia: Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles de Alencar, Márcio Faria da Silva e Cesar Ramos Rocha.
Todos estão presos desde 19 de junho em Curitiba. Os diretores do conglomerado foram afastados de suas atividades após serem presos.

O gerente da Petrobras Celso Araripe d'Oliveira, responsável pela obra da sede da Petrobras em Vitória, também foi indiciado.

O empresário é investigado por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato, argumentou na ordem de prisão em junho que Marcelo Odebrecht e os outros executivos presos representavam risco para a ordem pública, por manter contratos com a Petrobras e, portanto, terem condições de seguir corrompendo funcionários da estatal. 

Além disso, o juiz afirmou que eles poderiam atrapalhar as investigações se continuassem em liberdade.

CELULAR

Segundo a PF, dados gravados no telefone celular de Marcelo Odebrecht –um dos itens apreendidos– indicariam que o presidente do grupo teria tentado obstruir a investigação da Operação Lava Jato, citando inclusive políticos e esferas do Judiciário.

"Cabe ainda examinar qual teria sido a postura de Marcelo Odebrecht acerca do que envolve a participação da empresa nos ilícitos investigados na Operação Lava Jato. E esse panorama pode ser depreendido com certa segurança a partir das notações feitas pelo próprio em seu telefone (..). Ali podemos constatar referências a nomes de autoridades públicas, doações e 'pagtos. diretos', influência junto a instituições (inclusive o Judiciário) sendo tais assuntos tratados em meio aos interesses comerciais do grupo empresarial", afirma o relatório da PF.

"Verifica-se ainda as ideias do dirigente acerca da Operação Lava Jato, o que demonstra que o mesmo não apenas tinha pleno conhecimento das irregularidades que envolviam o grupo Odebrecht como pretendia adotar uma postura de confronto em face a apuração", acusa outro trecho do documento.

OUTRO LADO

Advogados de defesa de executivos da Odebrecht já afirmaram que eles estão sendo prejulgados e apontam o que dizem ser erros cometidos pelo Ministério Público Federal ao delinear as supostas relações da empreiteira com o pagamento de propina no exterior. 

As defesas de Marcelo Odebrecht e dos executivos Alexandrino de Alencar e Rogério Araújo já ingressaram com manifestações contra o pedido de continuidade da prisão preventiva.

A reportagem ainda não conseguiu contato com os defensores dos executivos nesta segunda (20). 

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