segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

'Até onde vai essa impunidade?', critica Sheilla após CGU apontar irregularidades na CBV Bicampeã olímpica usou conta no Instagram para demonstrar indignação após divulgação de relatório da CGU

 


RIO - Um dia depois de o ponta Murilo dizer que os jogadores se sentem "traídos" pelo ex-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e atual comandante da Federação Internacional de Vôlei (FIVb), Ary Graça, e cogitar um boicote à seleção brasileira, a oposta Sheilla usou a sua conta no Instagram para revelar sua indignação com as denúncias envolvendo a entidade.

Atualmente jogando na Turquia, a atleta bicampeã olímpica criticou a onda de corrupção no país e lamentou que agora o vôlei tenha sido atingido. Ao postar uma foto sua com a bandeira do Brasil em preto e branco, a atleta disse que estava "de luto".

- É lamentável tudo o que vem acontecendo no Brasil. Parece que a corrupção está em todos os lugares. A cada dia, novas denúncias! Mensalão, Petrobras e agora até o voleibol está na lista... Uma pena, porque perdemos nós atletas, perde o esporte que conquistou força internacional e credibilidade. Até onde vai essa impunidade? Coloquei essa foto em preto e branco em sinal de luto, tristeza... - afirmou.

Capitão da seleção feminina bicampeã olímpica, a meio de rede Fabiana Claudino também se manifestou de forma crítica sobre a polêmica, pedindo que a justiça seja feita e que, no futuro, a CBV 'seja gerida de forma honesta e correta, para que escândalos como este não façam mais parte do esporte que tanto amo'. Em nota oficial, Fabiana avisa que, embora seja capitã da seleção, não fala em nome das jogadoras, e pede para que suas palavras sejam interpretadas como uma opinião pessoal.

'A justiça será feita, as provas estão aí e essa indignação que sentimos não pode nem deve ser ignorada. A imagem que nós atletas construímos no voleibol internacional é de respeito, amor ao esporte, dedicação e trabalho, muito trabalho, para que déssemos alegrias aos que nos cercam, a nós mesmos e ao povo brasileiro. Atleta nenhum joga em favor ou em nome de entidade, mas precisa que a mesma seja um suporte ao desenvolvimento do esporte. Pessoas que fazem parte de uma Confederação deveriam estar lutando junto conosco para o bem e para a evolução do esporte, ao invés de usarem artifícios para enriquecer de forma ilícita em cima da nossa luta diária que tanto valorizamos e suamos para conquistar', diz um trecho do comunicado.

O protesto de jogadores começou tão logo foi divulgado o relatório da Controladoria Geral da União (CGU) constatando irregularidades no valor de R$ 30 milhões em 13 contratos da entidade firmados entre 2010 e 2013. Jogadores como Gustavo e o levantador Bruninho e ex-jogadores como Ana Moser soltaram o verbo contra a CBV e Ary Graça.

O post da jogadora no Instagram cobrando o fim da impunidade - Reprodução/Instagram
O primeiro efeito das denúncias foi a suspensão, pelo Banco do Brasil, do patrocínio para a entidade. A união durava 23 anos.

O superintendente geral da CBV, Neuri Barbieri, confia que o patrocínio será mantido, pois a entidade está, segundo ele, cumprindo todas as exigências da CGU. O dirigente, no entanto, criticou a declaração de jogadores feitas pelas redes sociais.
 
BRASIL DESISTIU DA LIGA MUNDIAL

Em meio a guerra entre CBV e FIVb, a entidade internacional resolveu punir o técnico Bernardinho com 10 jogos de suspensão e multa de US$ 2 mil; o líbero Mário Júnior, com seis jogos de suspensão; Murilo Endres, com um jogo, e o capitão da seleção, Bruno Resende, multado em US$ 1 mil, por causa de confusão ocorrida no Mundial da Polônia, este ano. Como consequência das punições e em represália à entidade internacional, a CBV anunciou que não vai mais promover a fase final da Liga Mundial, prevista para acontecer no Rio em julho do ano que vem.

A CBV entende as punições anunciadas pela FIVb como mais um golpe em meio à divulgação de relatório da CGU, principalmente, depois do fato de a entidade ter decidido processar os responsáveis pelos contratos e pagamentos suspeitos na gestão de Ary Graça.
De acordo com o relatório, a CBV usou o dinheiro do patrocínio do banco para fazer vários pagamentos a empresas pertencentes a dirigentes, ex-dirigentes e parentes. Entre eles estão os genros de Ary Graça. Há suspeita de que os serviços não tenham sido executados e de que parte das empresas sequer existam.

Ainda segundo a CGU, os auditores verificaram que parte do repasse do bônus de performance pago pelo BB não estava sendo destinada aos atletas e à comissão técnica. Enquanto isso, aumentaram bem acima da inflação os gastos com despesas administrativas e operacionais, justamente no período em que a CBV contratou empresas de dirigentes e ex-dirigentes.

Em comunicado através de sua assessoria, Ary Graça reafirmou que "auditoria externa da Price na CBV avaliou todos os contratos e não encontrou nenhuma ilegalidade". Ainda de acordo com o dirigente, "houve efetiva contraprestação dos serviços contratados, o que pode ser evidenciado por provas documentais e testemunhais". Na opinião de Ary Graça, "seria impossível o voleibol brasileiro ter chegado ao ponto que chegou sem a efetiva prestação dos serviços pelas empresas".


Leia mais  
http://oglobo.globo.com/esportes/ate-onde-vai-essa-impunidade-critica-sheilla-apos-cgu-apontar-irregularidades-na-cbv-14827293#ixzz3LykkzBkD

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POLÍTICA E ECONOMIA