A série "Barbárie em Pedrinhas", que revelou a selvageria que dominava
um complexo prisional do Maranhão, ganhou o Grande Prêmio Folha de 2014,
concedido desde 1993 aos melhores trabalhos de profissionais deste
jornal.
A primeira reportagem, de Eduardo Scolese –hoje editor do caderno
"Cotidiano"–, trouxe a público o vídeo que mostrava presos da
penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, exibindo corpos de rivais
decapitados num motim.
Três dias após a primeira reportagem, a segurança no local não melhorou:
a repórter Juliana Coissi e a repórter-fotográfica Marlene Bergamo
entraram no complexo sem passar por nenhuma revista. Elas circularam
livremente pelos pavilhões e registraram, com fotos tiradas de um
celular, a precariedade da prisão.
Um levantamento feito pelo jornal mostrou que o complexo de Pedrinhas
respondeu, sozinho, por 28% dos homicídios de detentos nos presídios do
Brasil em 2013.
O júri que escolheu os vencedores desta edição foi integrado pela ombudsman da Folha,
Vera Guimarães Martins, pelo diretor-executivo de Circulação e
Marketing do jornal, Murilo Bussab, e pelos colunistas Juca Kfouri,
Gregorio Duvivier e Leão Serva.
EBOLA
O prêmio de melhor Reportagem foi concedido à série de reportagens
"Epidemia de Ebola na África Ocidental": a repórter Patrícia Campos
Mello e o repórter-fotográfico Avener Prado foram os únicos
profissionais de mídia brasileiros a chegar a Serra Leoa, foco da
epidemia. De lá, eles mostraram os fatores culturais que facilitavam o
avanço do vírus, as deficiências na estrutura sanitária dos países e os
estigmas que afetavam os sobreviventes da doença.
O relato sobre as condições de vida na antiga Alemanha Oriental e na
Polônia no aniversário dos 25 anos da Queda do Muro de Berlim, feito por
Leandro Colon, foi premiado na categoria Especial.
Daniel Marenco ganhou na categoria Foto com a imagem de policiais do
Bope hasteando a bandeira brasileira na favela Vila Kennedy, no Rio de
Janeiro, após um conflito com traficantes da comunidade vizinha, a Vila
Aliança.
Na categoria Arte, o trabalho vencedor foi "O que a Folha pensa",
uma página dupla criada por Uirá Machado –editor de "Opinião"–, Fabio
Marra, Catarina Bessel e Márcio Sampaio, que expôs os pontos de vista
defendidos pelo jornal. No ano passado, o jornal lançou uma campanha
para divulgar suas opiniões sobre temas polêmicos, mas ressaltou seu
respeito pelos pontos de vista diferentes.
A cobertura da derrota da seleção brasileira para a alemã por 7 a 1 na
Copa foi considerada o melhor trabalho de Edição. A equipe foi liderada
por Naief Haddad –editor do caderno "Esporte"–, Fabio Marra –editor de
Arte–, Mateus Benato, José Benedito da Silva e Alan Gripp.
A reportagem "Os melhores teatros", de Fabiana Seragusa e Rafael Balago,
da revista "sãopaulo", ganhou na categoria Serviço com um levantamento
sobre os 60 maiores teatros de São Paulo.
Editoria de Arte/Folhapress | |
FOLHA
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