quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Reportagem sobre presídio ganha Grande Prêmio Folha

A série "Barbárie em Pedrinhas", que revelou a selvageria que dominava um complexo prisional do Maranhão, ganhou o Grande Prêmio Folha de 2014, concedido desde 1993 aos melhores trabalhos de profissionais deste jornal. 

A primeira reportagem, de Eduardo Scolese –hoje editor do caderno "Cotidiano"–, trouxe a público o vídeo que mostrava presos da penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, exibindo corpos de rivais decapitados num motim. 

Três dias após a primeira reportagem, a segurança no local não melhorou: a repórter Juliana Coissi e a repórter-fotográfica Marlene Bergamo entraram no complexo sem passar por nenhuma revista. Elas circularam livremente pelos pavilhões e registraram, com fotos tiradas de um celular, a precariedade da prisão. 

Um levantamento feito pelo jornal mostrou que o complexo de Pedrinhas respondeu, sozinho, por 28% dos homicídios de detentos nos presídios do Brasil em 2013. 

O júri que escolheu os vencedores desta edição foi integrado pela ombudsman da Folha, Vera Guimarães Martins, pelo diretor-executivo de Circulação e Marketing do jornal, Murilo Bussab, e pelos colunistas Juca Kfouri, Gregorio Duvivier e Leão Serva. 

EBOLA
 
O prêmio de melhor Reportagem foi concedido à série de reportagens "Epidemia de Ebola na África Ocidental": a repórter Patrícia Campos Mello e o repórter-fotográfico Avener Prado foram os únicos profissionais de mídia brasileiros a chegar a Serra Leoa, foco da epidemia. De lá, eles mostraram os fatores culturais que facilitavam o avanço do vírus, as deficiências na estrutura sanitária dos países e os estigmas que afetavam os sobreviventes da doença. 

O relato sobre as condições de vida na antiga Alemanha Oriental e na Polônia no aniversário dos 25 anos da Queda do Muro de Berlim, feito por Leandro Colon, foi premiado na categoria Especial. 

Daniel Marenco ganhou na categoria Foto com a imagem de policiais do Bope hasteando a bandeira brasileira na favela Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, após um conflito com traficantes da comunidade vizinha, a Vila Aliança. 

Na categoria Arte, o trabalho vencedor foi "O que a Folha pensa", uma página dupla criada por Uirá Machado –editor de "Opinião"–, Fabio Marra, Catarina Bessel e Márcio Sampaio, que expôs os pontos de vista defendidos pelo jornal. No ano passado, o jornal lançou uma campanha para divulgar suas opiniões sobre temas polêmicos, mas ressaltou seu respeito pelos pontos de vista diferentes. 

A cobertura da derrota da seleção brasileira para a alemã por 7 a 1 na Copa foi considerada o melhor trabalho de Edição. A equipe foi liderada por Naief Haddad –editor do caderno "Esporte"–, Fabio Marra –editor de Arte–, Mateus Benato, José Benedito da Silva e Alan Gripp. 

A reportagem "Os melhores teatros", de Fabiana Seragusa e Rafael Balago, da revista "sãopaulo", ganhou na categoria Serviço com um levantamento sobre os 60 maiores teatros de São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress


FOLHA

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