Os aneis e os dedos Dilma Rousseff teme, caso
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja eleito presidente da Câmara, ficar sem
aliados no comando das comissões –porta de entrada dos projetos de lei
de interesse do governo– e ser surpreendida por uma “pauta-bomba”. O
peemedebista tem prometido que votará a redução do percentual da receita
que o governo pode usar livremente (a chamada DRU) e levará a plenário,
já nesta semana, o Orçamento impositivo, que obriga o governo a liberar
recursos para emendas.
No guichê Diante do risco de os partidos aliados
serem alijados dos postos estratégicos da Casa, ganhou força nos últimos
dias a pressão de ministros sobre partidos da base para formarem um
“blocão”, liderado pelo PT, que tenha primazia nas escolhas.
Tesoureiro Uma das razões elencadas por vários
deputados para hipotecar apoio a Cunha é a atuação direta do
peemedebista para que empresas fizessem doações que foram fundamentais
na reeleição de vários deles.
Não vai… Adversários de Cunha estudam fazer um
requerimento à Mesa para que haja proibição de uso de celulares no
plenário da Câmara durante a eleição.
… ter selfie Boatos dão conta de que o QG de Cunha estaria exigindo fotos da urna eletrônica para comprovar votos no peemedebista.
Nota 10 Questionados sobre as razões para a
exigência da foto, um petista arrisca: “Sabe aquele bom aluno que leva o
boletim para a mãe para ganhar um presente? Então…”.
Valeu Arlindo Chinaglia (SP) telefonou para o
senador eleito José Serra (SP) para agradecer a declaração do tucano
favorável a um apoio ao petista num eventual segundo turno contra Cunha.
Só que não No entanto, tucanos dizem que, nesse cenário, a bancada votará em peso no peemedebista.
No lápis A ministra Kátia Abreu (Agricultura) e o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), encarregados de contar votos na sucessão
do comando do Senado, apontam 46 votos “seguros” em Renan Calheiros
(PMDB-AL), margem considerada muito apertada.
Voo solo Marta Suplicy (SP) não deu explicações para
sua ausência na reunião da bancada do PT que discutiu a posição do
partido na eleição do Senado. Há poucos dias, disse a um colega que
votaria em Renan.
Fazer o quê? Ministros de Dilma relatam que a adoção
da candidatura de Luiz Henrique (PMDB-SC) pela oposição forçou um
engajamento que o palácio não queria ter na reeleição de Renan.
Nós e eles Antevendo a oportunidade, Renan, que
andava desgastado com o governo graças à composição do primeiro escalão,
adotou o discurso de que sua derrota seria a vitória de Aécio Neves
(PSDB-MG) sobre Dilma.
Inflexível A Força Sindical quer levar uma ação de
inconstitucionalidade já pronta para a reunião de terça-feira com
ministros sobre as medidas provisórias que impõem regras mais rígidas
para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários.
Fecha o chuveiro O governo federal considera real o
risco de que a crise hídrica de São Paulo se repita no Rio e vai cobrar
do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) medidas para racionalizar o
consumo e ampliar o tratamento de esgoto.
Caminhão-pipa As obras e medidas de aperto no
consumo que o governo discute com Rio e Minas levam em conta que a água
desses Estados poderá ser usada para socorrer São Paulo.
TIROTEIO
Sem escrúpulos, o PT construiu tal
supremacia que tem duas chances de vitória no Senado. Nem um nem outro
criará dificuldade a Dilma.
DO SENADOR ALVARO DIAS (PSDB-PR), sobre a disputa entre Renan
Calheiros e Luiz Henrique; para ele, no entanto, o segundo teria mais
autonomia.
CONTRAPONTO
Ouça um bom conselho
Na reunião que fez com seus apoiadores na sexta-feira, Renan
Calheiros (AL) contou que o também peemedebista Luiz Henrique (SC)
demonstrou autoconfiança quando foi comunicá-lo sobre sua decisão de
enfrentá-lo na eleição para a presidência do Senado.
–Renan, sou experiente. Nunca perdi uma eleição –disse o senador dissidente.
Favorito na disputa, o atual presidente da Casa não se abalou e devolveu na mesma moeda:
–Acho que sou mais experiente que você, porque já perdi mais de uma. E vou te dizer uma coisa: é duro!
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