quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Jornalista revela o homem por trás das campanhas de Lula e Dilma

De Collor pra cá, o marketing político passou a exercer um papel cada vez mais valorizado em uma eleição. Odiado ou admirado, poucos duvidam de que o trabalho do marqueteiro funciona nas campanhas políticas. O eleitor, porém, nem sempre sabe quem são esses profissionais que agem nos bastidores da democracia. 

João Santana elegeu sete presidentes. Ainda assim, ele não era uma celebridade.

Perfil biográfico do homem por trás das campanhas de Lula e Dilma
Perfil biográfico do homem por trás das campanhas de Lula e Dilma

Em 2013, quando os protestos de julho tomaram as ruas, o jornalista Luiz Maklouf Carvalho escreveu um perfil de Santana para a revista "Época". Maklouf o procurou para uma entrevista, mas acabou publicando um livro: "João Santana: Um Marqueteiro no Poder"

O volume reúne dezenas de entrevistas e produz um perfil biográfico do profissional que foi capaz de influenciar os rumos da República. O autor traz informações e levanta alguns episódios polêmicos, como a acusação do "uso profissional da baixaria" na última campanha presidencial. 

"O marketing de Aécio fez uma das campanhas presidenciais mais medíocres, do ponto de vista criativo e estratégico, que o Brasil já viu", disse Santana em uma das entrevistas a Maklouf. 

"Eles fugiram do debate por covardia ou por soberba", diz. "Passaram mais tempo se vitimizando do que contra-atacando ou propondo. Um vazio absurdo de ideias e de argumentos". 

Outras polêmicas
 
Em 2014, Fernando Meirelles, diretor de "Cidade de Deus", chamou o marqueteiro de "João Goebbels Santana", uma referência ao ministro da propaganda nazista. Santana move um processo contra o cineasta e quer reparação por danos morais. 

O jornalista Augusto Nunes, da revista "Veja", também se referiu a ele como "ministro da propaganda", mas omitiu o nome Goebbels. 

O pai de Santana foi prefeito da cidade de Tucano, na Bahia, pela Arena, partido aliado dos militares durante a ditadura. A cidade baiana foi influenciada pela Ação Integralista Brasileira, de ultradireita, e Plínio Salgado, líder do movimento, esteve lá. Uma das escolas do município leva o nome do integralista. 



Formado em direito, o paraense Luiz Maklouf Carvalho foi repórter dos jornais "Jornal do Brasil", "Jornal da Tarde", "O Estado de S. Paulo" e Folha de S.Paulo e das revistas "Piauí" e "Época". Ele recebeu dois Prêmios Jabuti de livro-reportagem por "Mulheres Que Foram à Luta Armada" e "Já Vi Este Filme". O autor também assina "O Coronel Rompe o Silêncio" e "Cobras Criadas"

UOL
 

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