terça-feira, 27 de outubro de 2015

Pressão do público é fundamental para processos contra poderosos, diz Moro

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 09-09-2015, 15h00: O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da operação lava jato na justiça federal no Paraná, participa de audiência pública na CCJ do Senado para falar sobre o código de Processo Penal. O senador Jose Pimentel (PT-CE) preside a sessão e o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) é o relator da matéria. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O juiz federal Sergio Moro

O juiz federal Sergio Moro disse nesta terça-feira (27) que não se deixa levar pela opinião pública, mas que a pressão do público é fundamental para que as instituições funcionem em processos envolvendo crimes complexos envolvendo réus poderosos. 


"O que determina as ações do juiz são os fatos, as provas e a lei. Em processos envolvendo crimes complexos e personagens poderosos, econômica e politicamente, a opinião pública é fundamental para que o juiz possa fazer valer a lei", disse Moro. 

Ao falar no "Brazil Summit", evento organizado pela revista britânica "The Economist", Moro foi indagado sobre se o futuro da classe política do Brasil poderia repetir a Itália que, após a Operação Mãos Limpas, viu nascer a hegemonia do ex-premiê Silvio Berlusconi. 

"Esse caso [Lava Jato] deve servir como um momento de clareza para o tamanho do problema [da corrupção] e para que as instituições se fortaleçam. Este fortalecimento das instituições diminui o risco Berlusconi", disse o magistrado.

Sem citá-la nominalmente, Moro elogiou "as importantes medidas de uma colega", a juíza Célia Regina Bernardes, que determinou a buscas da Operação Zelotes no escritório de um dos filhos do ex-presidente Lula. 

O juiz voltou a defender uma reforma no sistema de recursos no sistema judiciário para tornar a aplicação da lei mais efetiva. 

Moro disse que não é possível prever o fim da Lava Jato: "[O fim da operação] ainda é uma incógnita. Até por uma questão pessoal, estou um pouco cansado do trabalho, queria que a gente estivesse chegando no final, mas não é possível prever". 

FOLHA




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