segunda-feira, 10 de agosto de 2015

'Se R$ 700 dá para sustentar família, deputado tem que ganhar isso'



 O metalúrgico e dirigente sindical José Maria de Almeida, 56, o Zé Maria do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), disputará neste ano sua quarta eleição presidencial mais uma vez sem a pretensão de sagrar-se vitorioso. Com 30 segundos no horário eleitoral e R$ 300 mil para a campanha, o objetivo dele e da militância do partido é usar as eleições como espaço para propagandear o programa socialista.

Natural de Salta Albertina (SP), cidade na divisa com o Mato Grosso do Sul, Zé Maria mudou-se para Santo André (Grande SP) no início da década de 70, aos 13 anos, para trabalhar como metalúrgico. Fez curso de fresador e ferramenteiro no Senai e iniciou a militância no Sindicato dos Metalúrgicos do município em 1976.

Por se envolver em atividades políticas, foi preso três vezes (77, 78 e 80), a última delas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros dirigentes sindicais no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo. "Lula tinha um discurso mais à esquerda, mas as diferenças que temos hoje já estavam anunciadas naquele momento", afirma, ao referir-se sobre a tendência à conciliação do ex-presidente.

Zé Maria fundou, ainda no final dos anos 70, a Convergência Socialista, organização que participou da construção do PT, mas que foi expulsa do partido em 1992. Enquanto esteve no partido, a Convergência atuou em oposição ao campo majoritário, liderado por Lula e José Dirceu. Em 1994, a corrente decidiu fundar o PSTU. Nas eleições de 2010, o socialista obteve 84.609 votos, o que correspondeu a 0,08% do eleitorado.

Veja abaixo a entrevista de Zé Maria ao UOL:

UOL - Se o senhor for eleito presidente da República, quais seriam as primeiras ações que tomaria em 1º de Janeiro de 2015?


Zé Maria - Três conjuntos de medidas. O primeiro é suspender o pagamento da dívida, estatizar o sistema financeiro e colocá-lo a serviço das necessidades do país --e não do enriquecimento de meia dúzia de banqueiros-- para financiar a construção de moradias, escolas, hospitais, a produção de alimentos, obras de infraestrutura e oferecer crédito barato à população. O segundo conjunto é inverter prioridades, acabar com os privilégios de grandes empresas. O governo gasta hoje 3% do PIB (Produto Interno Bruto) com subsídios fiscais para grandes empresas, a maioria multinacionais, como as montadoras de veículos. Também reduziria a jornada de trabalho, garantiria salário e aposentadoria dignos para as pessoas. O terceiro: é preciso que o Estado tenha uma ação forte para que haja liberdade, para acabar com a discriminação e a opressão. A violência do machismo é uma coisa absurda, uma epidemia. A mesma coisa em relação ao racismo e a homofobia. É preciso acabar com a violência da policia que está fazendo um verdadeiro genocídio contra a juventude pobre e negra das periferias.


 

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